sábado, 26 de maio de 2012

O mar o céu e o vento


O mar o céu e o vento

Infinito
Eu ainda me lembro
De quando não conhecia o mar
Meu pai me deu uma concha de caracol
Eu ouvia atento aquele barulho
Efeito sonoro do vento
Uma palavra
Infinito
É tudo que quero  pra vida
Ser sem fim
Como em uma obra de arte
Como o oceano
Um amor pleno
Ser sem fim
Criar algo um dia
Meta-humano
De uma beleza indizível
Inclassificável
Algo intocável pela torpeza
Como morrer no mar
Em uma tempestade
E não ter o corpo encontrado
Não ter matéria
Não se apegar ao comum
Transcender as barreiras
Não ter corpo
Ser essência
Como em uma musica
Uma melodia perfeita
Uma dança
Um jogo  que é mais arte do que esporte
Perfeição
Como descer rápido por entre os carros
Ter precisão
Como surfar e passar dentro do tubo
Como se na verdade estivesse voando
O mar o céu e o vento
É isso que me faz feliz
Todo o resto é importante pra vida
Mas pra cultivar um espírito que não seja miserável
Só mesmo a beleza
E o infinito
Sinônimos que se constituem em si.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O grande Gatsby!


O grande Gatsby

É tão engraçado
Cinco anos
Scott Fitzgerald
Disperso na fumaça
Eu ia rápido para saída
Nada mais parecia haver

O certo é que algo ainda há
Não li o final
O que Gatsby  consegue
O que quer de fato...
O grande Gatsby
Cinco anos
Ele construiu um monumento para Daisy
Seu casamento infeliz
Ela algum dia sentiu amor
O grande nunca esqueceu

Ela se escondeu como mulher de casa
Uma miserável dona de casa
Uma miserável típica

O grande Gatsby...
Cinco anos
Dayse
Seu casamento
Essas palavras não me deixam

Áh...
Como eu detesto Fitzgerald
E aquela música
Um dia antes do grande
Eu disse a ela
Posso trocar de musica?
Não expliquei porque
Ela é linda
Eu deveria entender isso
E talvez gastar algum tempo
Mas sou infinito
E ela parece acabar a cada dia

Desejei ser especial
Fui um miserável
Creep, é essa a palavra!
Odeio essa música
Odeio esse livro
Odeio a suíça
Tudo já tão longe
É a lembrança de algo que não volta
Algum sentido
Por Deus, apenas isso!
Um sentido...
Mr Johnes...
Aquele dia no bar
Essas eternas coincidências malditas
Não sei quem, ou o que, zomba de mim

Fecho-me em sucesso
Em ver no dinheiro alguma solução
Inútil
Dinheiro não faz feliz
Nunca fez
Só mesmo pra sumir
Pra ver o mar...
Talvez seja o sentido
Vejo as pessoas passarem
Como quadros vivos
Componho parte de suas vidas
Mas me vou sempre
Me apego ao vento
E por isso não gosto de fotos

Um dia fui eterno
Depois a superfície de tudo
Começou a cortar
Como navalha que é
Antes não tivesse conhecido nada
Ignorância é o que há...
Seria tudo um paraíso no mundo dos bárbaros
Mas um dia eu estive lá
Toquei o céu
Purifiquei meus pecados
E desde então
Nada há que me faça dobrar

Repetem meu nome
Dão-me parabéns
Vejo nos olhos dos homens
Meio que uma vontade
De ser assim
Tão forte sendo fraco
Afinal é esse o sentido não é ?
Ser o  alfa
Nisso que chamam de sertão
Todos sem autoestima
Miseráveis ricos
Bem intencionados!
Acham a vida tão complicada
Pra mim tudo parece fácil
Sou um guia que segue no escuro
Procuro problemas idiotas
Quero ter medo
Quero isso que eles têm
Sinto às vezes já ter perdido tudo, mesmo tão no começo
Sinto que aquilo nunca vai voltar
Ai eu saio
Como um pedaço de pizza
Nunca mais
Nevermore
O maldito corvo
Amor nos tempos do cólera

Não é ela
É aquilo que  envolvia
Foi eu ter me sentido humano
Ter por alguém uma vontade de infinito
Acalmar meu coração
E ver em seus olhos o oceano

Foi ter sido único
Foi não pensar em nada mais
Foi ter tido a ambição de faze-la feliz
Éramos tão jovens
Foi algum dia dois ter se tornado um
São quatro páginas já
É vontade de não querer parar nunca mais
E escrever até amanhecer
Um único poema
Que eu sei que será belo
Porque é real
Foi eu ter sido real um dia...

Eram olhos castanhos
Simples olhos castanhos
Nada de incomum
Meu Deus, absolutamente nada!
Pensar que no inicio eu nada senti
Eu nada vi !!
Ela coloca Seu Jorge
Bem simples
Ela tem uma chave
Um código que me desarma

Ela é uma idiota
Uma louca
E eu aqui
Desprezando o mundo
Mas é só um dia
Esse livro logo acaba
E Mr Johnes ?
A vida é uma comedia
Ligada no 11
Engraçado é pensar
Que alguma coisa há
Eu continuo não acreditando nas bruxas
Mas que elas existem, existem!
E voltando ao Grande Gatsby
Pouco me importa seu final
Não sou gatsby
E  Daisy está longe de qualquer lago
Longe da Bahia
Que não é de todos os santos
Mas é sagrada em sua luz que brilha 

Coincidências ?
Talvez seja só a vida
Mostrando que algo existe de maior
Não deixando que a esperança se vá
Em qualquer uma na esquina
Qualquer aventura
Dizendo pra tentar mais uma vez
Talvez aquela que se mostra intocável
Olhos negros de segredos
Ela sabe e é a mais linda
Me faz sentir bem
Por isso tenho medo
Perco o jeito
Andar altivo de quem não tropeça
Eu bêbado sem coordenação
Parece ela me entender tão bem
Ou pareço eu olha-lá e ir tão fundo
Que é uma fuga eu tenho certeza que não
Fugir a gente foge com quem se coloca longe de pensar
A superficialidade é sempre uma válvula de escape
Mas é cortante e sempre decepciona
Mas em contrapartida
Tudo que é fundo dá imenso medo de afogar..

Mas ...
Talvez não seja nada disso
Talvez nunca seja
Dany Califórnia eu sei que não é
Quero me afastar
Mas o habito faz o monge
E é bom não estar só!
Quantas Danys virão ?
Sempre tão alegres..
Gosto de fazer mulheres felizes
Talvez seja isso, todo o fim, daqui em diante
Um longo e inacabado fim
Fazer mulheres felizes!
As mais diferentes
Realizar seus desejos
Dar-lhes alguma proteção
Escolher uma
Dar a ela um filho que não foi feito de amor
Na esperança de que este surja do parto
Ou de uma convivência feliz
De uma reciprocidade forjada.
Mas sinceramente....
Não acredito nisso
Forjar é sempre complicado
Não sou bom em deixar as coisas crescerem
Gosto de pega-lás prontas ou semi-acabadas

Talvez sejam mesmo esses olhos negros
Embora eu os tenha procurado
Fui atrás
Eles nunca vieram
Isso indica que comecei errado
Quando é pra ser eles procuram a gente
A gente diz que não
Não entende
E depois é pra sempre...

Talvez seja ela em seu carro
Tão sem graça
Não me encanta muito, mas bons filmes as vezes começam mal
Talvez seja a  frívola risonha fingindo-se de superficial
Ou a pequena cicatriz
Sempre tão divertida grampeando  ligações!
Talvez seja daqui a muitos anos
Na praia, no vento, alguem que me entenda
Que tenha o espirito nascido no litoral
E que pelo sertão tenha no máximo fascinção.
A demora as vezes incomoda
Em dias em que não se tem ninguém
E sua família parece te ver como um estranho
Domingo é domingo
A missa te deixa mais feliz
Até que descubram suas pequenas heresias 
Ninguém entende seu jeito esquisito
Sunday morning call
Bruma londrina dos livros que você lê 
Nesse tempo tão seco, tão duro!

A espera é agonizante
Vontade de descer por outro vale
Mais verde
Que não seja o vale de Werther
Pra olhar Gatsby e pensar
Que besteira... coisas da adolescência!
Um pouco tardia por sinal.
Beleza roubada e não Os sonhadores
São referências
São sempre referências...
E os pinguins? Que morram todas essas aves infelizes !
Amanhã é sexta feira!
E as baleias?
Ela me fez amar  baleias
Lucy in the sky...
As baleias não têm culpa
Deixá-las-ei em paz
Lindas exultantes e felizes
Talvez um dia eu mergulhe nas costas de uma
E não apareça nunca mais...

Áhh... como tudo isso é ridículo
Baleias, anjas e pinguins.
Nove páginas
Extremamente ridículas!
Mas.. extremamente belas
De uma beleza que não se pode definir

Me faz feliz
Mas vou esquecer
E com beatles termino
Esse poema que se vai no tempo
Como o último eu espero!
Ela deixa a cada dia de ser esse sol
O problema não são as lembranças
Mas  nunca mais eu ter me  aquecido
Tudo é gelo
Um dia ela disse algo sobre isso...

"Look for the girl with the sun in her eyes
And she's gone"
She's gone e isso é tudo!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Backup


Meus sons foram embora
Foram também meus poemas
Tudo perdido
Uma aberração
Tudo ali
Era tanto

Nada de valor
Nada de interesse
Mas era eu
Minhas palavras
Tudo que tenho de mim
Que escondia do mundo
Se foram
Todos os últimos meses

Em uma nova janela
Novo acesso
Sem backup
Mais fácil pra todos
Apagar  tudo
Começar de novo

No me gusta  começar novamente
Gosto das minhas coisas
Por idiotas que sejam
Eram minhas 

O pouco que tinha de mim
Meu final de dia
Chegar em casa
Pensar um pouco
Conversar comigo mesmo
Talvez aquele doente esteja certo
Sou egocêntrico
Mesquinho
Idiota
Amo minhas coisas
Meus erros de português 
Minhas músicas 
 

domingo, 6 de maio de 2012

Forever !


Forever !

Um dia você acorda confuso
Olha para os lados
A muito que não tem espelho
Tem medo dos seus olhos

Um dia você lava o rosto
Passa a mão no cabelo
E se pergunta o que de real ainda existe
Você acordou todos os dias
Foi o mesmo
Tentou domar seu espírito

Pisaram em seu passado
Disseram que tudo era errado
Deram-te uma fórmula do sucesso
Você se podou
Resumiu-se a cinzas
Teve vergonha de seu português
Procurou nas mulheres
Um rosto que pudesse suprir essa falta
Um caminho reto
Para seu coração sinuoso

Mas nada nem ninguém
Consegue matar um espírito de coragem
Ele sempre volta
Não morre, apenas adormece.

Você acorda
Sente os olhos incendiarem a alma
É preciso dizer pra que se veio
Tudo que tem coragem tem beleza
Você definhava em uma rotina
Se contendo em dias comuns
Na ambivalência entre certo e errado
Nada há que não seja real como um sonho
Tentou tocar, mas não sentiu.

Pede perdão aos demais
Eles não acreditam
Não têm coragem
Nunca vão entender
E você...
Você quer o mar
Que é o lugar pra onde te levam
Todos os seus poemas!

Outro começo de noite

Outro começo de noite