sábado, 31 de janeiro de 2009

Quando se quer destruir

Nada dura tanto
que não se acaba
quando se quer destruir
quando se quer contar
nada é tão grande
que não caiba
no universo do esquecimento
dias são eternos
dias duram 24 horas
nada mais nada menos..
momentos são eternos
quantos segundos ?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Os motoqueiros e os motociclistas

Uma vez ouvi uma historia
De homens em motos grandes
Que não gostavam ser chamados motoqueiros
Eles tinham alias seu sangue azul
Não queriam ser como nós
Então fiz essa canção
Um rap ou qualquer coisa
Chamem como quiser
Pois somos homens comuns
E não sabemos titular nada
Então começa aqui minha ode
Aos que são diferentes..

Dizem que tem diferença
que não é a mesma coisa
acelerando do mesmo jeito
motoqueiros mais loucos e imprudentes
ariscamos quebrar nossos dentes
nossas entregas já saem com prazo vencido
nossos pneus já carecas
tomadas de curva..
que com o dobro do motor outros não fariam,
aceleramos e passamos entre os carros
contra todas as leis

Devagar em seus super motores
vocês são motociclistas
nós somos motoqueiros
andamos o dia inteiro
nós somos motoqueiros
a imprudência em si,
nós somos motoqueiros
e não gostamos de policiais
e se vocês querem se dizer diferentes
muito nós alegra
nós que somos verdadeiramente irreverentes

Eu não brinco
pego chuva e não tenho opção
não gosto de caveira ou de barba mal feita
eu vos digo meus amigos..
se existem motociclistas
se existem talentos para correr por esse país
eles não estão andando na linha
estão no transito
nos sinais
rápidos para não perderem suas entregas

suas motos ruidosas só fazem barulho
nós sabemos usar bem o que temos
mas deixo a vocês bom samaritanos
cidadões de bem
cordeiros disfarçados de lobos
a lembrança de que bom motociclista..
é aquele que realmente manda bem
que talento não é vendido pra ninguém
e não se acha em uma botique escrota
nem se esconde em jaquetas pretas e tatuagens

domingo, 25 de janeiro de 2009

Fantasma

Ele apaga seus rastros
ele deixa seus amores
ele esconde suas dores
ele não tem identidade nem nunca terá
é um fantasma em cada esquina
é um estranho em cada cidade
tudo o que seus olhos viram
todo o caminho que seus pés fizeram
toda fome que o estomago aguentou
os ritmos que o ouvido escutou
algum dia ele foi de algum lugar
nem se lembra de onde
todos os lugares são seus agora
toda cultura é sua
todo tempo é seu
ele não tem nada
engolindo seco a solidão constante
é o fantasma
que tem amigos em cada lugar
é o fantasma
que se vê uma vez só
é o dono do mundo
andarilho do universo
é o dono do mundo
caminha pelas estrelas
com historias inesperadas de toda sorte
com bagagem sobre o pescoço
poucas malas na mão
está indo embora
chegou a hora
dizemos que nós veremos novamente
não sei quem engana quem
mas ele sabe bem se despedir
e então o fantasma segue
no caminho do vento
não vê futuro a longo tempo
é o próximo passo
é cada momento.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Final de tarde

Foi um final de tarde daquele jeito
nao sei como descrever
foi um final de tarde daquele jeito
que remonta um passado
foi um final de tarde que é feliz por ser
são dias normais
de tão normais são diferentes
como era bom aquele tempo intransigente
sabiamos que eramos tudo
erramos os bons e assim viviámos
hoje nem sei o que somos
nem temos tempo para pensar nisso
hoje somos malucos recatados nas ruas
escondendo nossa loucura
procurando parecer com qualquer coisa
que nem sabemos bem o que é
a fim de ser um cidadão de bem
aquele
daquele tipo propaganda de margarina
politacemente correto
é..
estamos enlouquecendo
precisámos de mais tardes assim

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Rasgando palavras

Escrevo pra passar o tempo
sem fundamento
escrevo pra enganar o tempo
engano o que penso
engano quem lê
escrevo por escrever
as vezes sobre mim
as vezes sobre nada
alguma coisa inesperada
escrevo por escrever
besteiras sem ter o que fazer
penso que escrevo pra ninguém ler
e se alguem ver e não entender
se me perguntar
mesmo assim nunca vai saber
hoje sou eu amanha serei você
serei aquilo que me falta hoje
serei contradição
talvez escreva em vão
colocando rimas sem função
uma função em vão
sem coordenação
eu vou pelo instinto
eu faço amarras as vezes não tão seguras
e assim vou tecendo
minha rede de mentiras
minha teia toda minha
que há muito não me interessa
nesse eterno jogo de dissimular
rasgando palavras
em labirintos com idéias loucas.

Penélope

Ei meu bem..
estava mesmo precisando da sua loucura,
nesse estilo Janis anos 80,
os seus cabelos pretos Penélope Cruz
gritando histericamente em espanhol
ahh como eu gosto disso tudo
essa efervescência com um ciume anormal
esses olhares vidrados
o jeito que você passa a mão na nuca
e me conta sobre seus planos para o futuro,
você me chinga e depois beija
diz que sou um cafajeste filho da mãe
e em seguida se declara
esse seu jeito..
a ponto de bala..
cheio de cor cheio de vida
até quando chora você é tão real
a cada movimento..
você me fascina e incendeia
alma latina de adrenalina
eu te esperava..
ehh meu bem, você era tudo o que me faltava!!

sub-produto²

Pelas ruas somos milhões
em todos os lados
somos as estatistícas
O publico
A massa
pelas ruas somos os produtos de segunda linha
o mercado informal
as roupas informais
as leis informais
somos o próprio estado informal
crendice popular
o nome que esconde pouca alfabetização
nós sabemos pouco
e sabemos tanto
nós representamos tão pouco
e somos tantos
nos somos a novela que não nós representa
nos somos o espectro de um povo que não existe
o esboço de uma obra vendida no estrangeiro
o perímetro de uma ideologia
nossas cabeças baixas já ouviram tantos não´s
nossas cabeças baixas tem medo da policia
vivemos a própria repressão
vivemos a vida que não sai na comunicação
nossas cabeças baixas seguram esse país
seguram esse povo
sustentam os luxos de quem decide nossos rumos
crianças sem tutela
tuteladas pelo estado
somos o povo que não entende o que é nasdaq
realidade alheia
pensamentos alheios
culpando nos por não saber votar
sem nunca terem nos ensinado
dizem que somos o jeitinho Brasileiro
que nunca desistimos
mas se não desistimos e porque precisamos sobreviver
se usamos o "jeitinho" e porque temos criatividade
criatividade para sobrepor desigualdade
impunidade não rima com dignidade
na terra de alguem não somos ninguém

domingo, 18 de janeiro de 2009

Se quiser fique aqui..

Você ta mesmo afim de escutar toda essa palhaçada ?
de correr tanto pra não chegar a nada ?
você me diz que essa é a vida que todos queriam,
pra não reclamar e continuar aqui

Me diz que tudo vai se resolver e que amanha será ótimo
se voce quer muito isso
eu te dou esse anel de poder
que te permite me dizer o que devo ou não fazer
quero mesmo é que se exploda
eu to indo embora e vc se quiser fique aqui
pegue o seu anel e venda por um bom preço
quem sabe dê pra comprar qualquer coisa
eu to indo embora
vc corre pra não chegar a nada
eles te jogam pra dentro
agora já faz parte de toda essa droga
há como eu me lembrava de quando era só eu
de quando era meu tennis velho
de quando era um final de semana qualquer
vou atrás do que perdi
não
não sou daqui!

Músicas

Ponho uma música
algo revive
nessas tardes horas
mais de meia noite
meio de semana
sozinho
só escrevendo
só ouvindo
aleatórias canções
de Oasis a Bob Dylan
passando pelo jamaicano e chegando aos Uruguayos
eles tocam No te va gustar
lembrando de outra casa
próxima música é de fazer a cabeça
lá vem o Radiohead
as lembranças então despencam
e tudo volta
o que fiz e o que não deveria ter feito
o que deveria ter feito
e o que nem me passou pela mente
então a música passa
mas alguma coisa aqui dentro ela deixou
algo que demora a passar
que não é muito e nem é pouco
é meio
é incompleto e se cura com o tempo
é tarde da noite no meio da semana.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Silencio

Me guio pelo silencio
esse me atormenta, me acalma e depois assusta
então vem subindo pelo corpo e logo vira agonia
o silencio é agonia,
é muito mais do que a ausência de som
é a ausência em si
o barulho de nada,
O nada absoluto que não existe
O nada que não permite respirar
é um nada que não se encontra nem no campo nem na cidade
ele vem de olhar pra dentro
ele vem de se prender, de se enroscar em pensamentos
até chegar na carne
suando frio
o nada é desespero
é o barulho que não se escuta
é ofegante sem nem se mexer
dor de se ver e se entender
olhando pra dentro o universo se anula
e esquizofrenia começa
criando situações particulares
mundos particulares
onde tudo é como a mente imagina
o silencio depois é então surreal
uma vida a parte
uma vida no vazio
me puxo pra fora quando inverno nos pensamentos
sempre chego perto de uma fronteira
fácil de passar
difícil pra retornar
entre razão e loucura
é parte de uma agonia e começo de um êxtase!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

As avessas

Tenho idéias e razões
chego fácil aos corações
eu tenho tudo..
palavras não me são difíceis,
dissimulo bem no grande teatro da vida
eu encontro jóias nas esquinas
o que tenho nas mãos
muitos homens dariam tudo pra conseguir
agradeço todas as noites
minha sorte não é algo em vão
mas se ninguém pode ter tudo
eu nunca consegui alcançar meu coração
á como eu não queria..
magoar olhos que só me enxergavam amor
entristecer mãos estendidas
dilacerar sonhos

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Nação

Na periferia do esquecimento
a pátria é uma mãe ingrata

Na periferia dos esquecimentos
os talentos são perdidos
na terra que não nega
a miséria é o espelho de uma nação,
um espectro de ilusão
de um sorriso sem dentes

Na periferia dos esquecimentos
sustentando a repressão
pagando caro pra receber um não
não pedimos que nos descem nada
não pedimos carros ou casas na capital federal
só não queriamos que roubassem a nossa chance
que deixassem nos ir atrás dos nossos sonhos
mas essa mãe nunca foi boa..
e no final,
uns podem e outros não

Aqui na periferia
pagando com humilhação
tendo medo de quem recebe pra proteger
servidos não fomos,
esmola dada á contra gosto
de quem acredita no trabalhador vagabundo
uma nova classe essa
criada só aqui
á do trabalhador vagabundo
se é um paradoxo não sei
mas assim são chamados
os que recebem um auxílio miséria
que não é mais do que obrigação
dada aos escravos da plantação
escondidos no sertão
apagados da realidade pintada
em novelas de ficção


Há tempos que os filhos dessa nação se perdem em desespero
há tempos que eles são os problemas enquanto podiam ser a solução
potenciais desperdiçados em cada esquina..
nos enssinaram a amar esse país
convenceram que todos erámos irmãos
que eramos iguais perante a nação
e assim permanecemos calados
ganhando cobertores no natal
vendo outdoors de feliz ano novo
já bem antes da eleição
feliz não sei pra quem
copacabana é um outro país
não é aqui !

Não somos irmãos
não comemos na mesma mesa
uma farsa que precisa acabar
em um poema rude
com poucas rimas
e talvez até bem senso comum
só pra dizer
que não somos irmãos...

Não nascemos da mesma mãe
nem tivemos os mesmo privilégios
minha vida não é novela
nem tão pouco as dos que compartilham
não o meu sangue
nem tanto o meu suor
que dei sorte e pude estudar
mas minha furia
indignação

Não...
suas famílias são outras
e não devemos gratidão
chegada á hora
não serão chamados para confraternização
nossa festa será á portas fechadas
para convidados que sempre estiveram de fora
ou foram os penetras
de uma outra ocasião
talvez esse tempo nunca chegue
mas a luta é dia-a-dia
não se perdendo no percurso
levando o discursso
uma história de um povo
que vê as coisas bem diferentes
que as lentes de uma câmera

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um pedaço de lua

Caminhando rápido pra tentar chegar logo
eu corro e corro e a distancia não muda
a copa da arvore parece encostar nela,
vou me guiando pelo caminho sem luzes
olhando para cima e tentando chegar mais perto
a noite é quente, e tudo parece ser possível..
os animais estão agitados
ninguém dorme
todos se escondem
o brilho ilumina toda a estrada
alguma coisa diferente esta acontecendo agora
as mares estão alteradas
as respirações ofegantes,
eu disse que te daria um pedaço da lua,
essa é a noite em que ela escondeu todas as estrelas
e chegou bem perto da terra para que eu pudesse pega-lá
terminada a estrada, entro em um descampado
ela esta ainda mais perto,
só o que há, é o chão e a lua
mais á frente, ela parece se encostar na relva
depois do descampado há uma floresta em um morro
continuo correndo até chegar ao morro..
começam a surgir as arvores e então uma mata
vou passando pelas arvores e subindo o morro
nada importa,
a cada segundo ela me parece mais próxima,
vou te dar um pedaço da lua!
vou subindo e subindo..
e ela vai começando a sumir
cheguei ao cume e ela sumiu..

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Estrada

Eu me calo no sorriso
relembrando tudo o que vivi
esperando pra ver o que vai acontecer
o melhor da vida é não saber
pessoas vivem preocupadas
pensando em imprevistos
esperando por felicidade
e quando ela passa...
olham para outro lado
resolvendo problemas
se desfazendo em mais problemas
o bom mesmo é seguir a estrada
o bom mesmo é seguir a estrada
olhando onde pisa
as vezes longe demais
pensamos como passar
por esta ou aquela montanha
e então tropeçamos em um pouco de cascalho
caindo e se arrebentando por muito pouco
você perde hoje pensando em amanhã
se desesperando com o medo de algo que nunca viu
sofrimento por uma dor que ainda não chegou
tudo em um ciclo
o que temos a fazer é continuar
caminhamos com cuidado
o que nós espera
são surpresas que incendeiam á alma
guiados pelo imprevisto
até o ponto em que não pudermos mais continuar
então passaremos a estrada para outros
essa estrada que nunca acaba
e que a cada quilometro muda de face
nos levando sempre a um outro caminho
ninguém descobriu bem ao certo onde é,
de todos os pontos em que se procura o fim
ele se perde no horizonte
talvez esteja no fim
um novo começo.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Praia

É o silencio absoluto que guarda o oceano
tudo é água..
o que é mais importante agora ??
um lugar sem luzes de cidade
acendidas as luzes das estrelas
onde esta tudo aquilo ??
o que tanto atormenta?
o que somos nós então??
tão pouco..
brigando por nada
e a vida escorrendo pelas mãos
jogando no mar pedras sujas de diamante
estamos jogando tudo fora..
uma a uma, momento a momento
instante a instante..
e antes que seja tarde demais
corro pra te dizer
que não vou deixar tudo ir embora assim tão fácil
vendo o que quero se afastando no oceano..
e se preciso nadarei muitas léguas..
só pra te dizer, aquilo que eu sei e vc sabe!
só de olhar pra cima e sentir o vento..
só de olhar pra dentro..
e não mais iremos contra toda á lógica
que nós alimenta e faz acreditar
que abre os olhos e faz enxergar,
fui o cego que não quis abrir os olhos
joguei meus diamantes no mar
mas ainda tenho uma última pedrinha na mão
não perdi toda razão
e te peço uma última vez para que me escute com atenção..


Outro começo de noite

Outro começo de noite