quinta-feira, 22 de julho de 2010

Baixo

Baixo demais
Atingi o fundo que não se pode enxergar
La de cima eu nunca pensei que fosse cair
Sou como os fracos agora
Que acreditam na vingança

Embaralho-me em problemas simples
E acredito nas aparências
Vejo tudo do chão
Sou o ralo do mundo

Virei do avesso
Me esqueci em algum lugar
E traio qualquer principio
Por algumas mudanças
Que não transcendem prazeres rápidos
Sou o lixo

O valor das coisas mudou pra mim
E o que é difícil conseguir
Sai voando dos bolsos
Em direção ao luxo efêmero
Caminho para o desespero

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cela signifie...

Posso escrever um poema pra você
Que merece mais que eu imagino
Nada se repete
Não me canso
Sempre me surpreendendo
vi que não se pode prever nada
O que virá é o melhor
Não é tão difícil
Existe outro sentido
De preocupações em segundo plano
De lógicas que ultrapassam dimensões
Há em tudo algum valor
Se alguém procura um lugar ou objeto
Tenho a sorte de ver o amor no que já achei
E eu sei...
Posso escrever um poema pra você
Talvez não te mostre
Porque você se importa
Importa-se demais alias
Com qualquer um na rua...
Sabe enxergar algo bom que nasce,
Qualquer praga que se prende no concreto
É sempre pra você a possibilidade de uma flor
Talvez não te mostre meus escritos
Porque o que quero te escrever
Não é humano
Não se mede em palavras ou em talento
Transcende em muito o alfabeto
E até a arte !
O que quero te dar
É o melhor poema
O que nunca foi escrito
E nem nunca será..
O que quero te dar
Não se exterioriza na forma
E será sempre a promessa de algo surreal
Sendo realizada a cada momento
Como na historia das mil e uma noites
Não se acaba nunca
O que tenho pra você
É para sempre e mais um dia
O poema dos poemas
O que não foi escrito
Não será comparado
E nem dedicado a qualquer ser
Ele é seu
Talvez ele seja eu
Mas acredito ser mais
É para sempre numa paisagem sem fim
Inovadora a cada metro
E eu sou apenas carne e osso
Um pouco de cérebro que não entende...
O que tenho pra te dar
É maior... não se pode medir
Não se pode inferir
Ou quem sabe, sonhar !
Mas é real
Mais que as arvores e as pedras
Mais que a morte e a vida
Porque eu te amo
E isso quer dizer
Em Frances ou português
Parafraseando um poeta
Que você nunca morrerá
Assim como os clássicos
É um poema eterno...
Podendo tudo acabar
Essas palavras vão continuar
São a chave para entender
O que não pode ser lido!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Nunca toca o chão

Chegou em casa
As duas da manha
Colocando uma musica
Daqueles CDs que mais gosta
É certo amor por algo
Que se pode tocar
Querendo sentir
O peso da musica
Que foi difícil achar
Difícil comprar
Em poucas faixas preciosas
Na seleção do álbum
Que lhe foi imposta
É como tudo na vida
Que vem sempre junto
Com coisas que se gosta muito
Coisas que não se gosta
E aquelas que se tolera
Mas ele gosta de quase todas as faixas
Esse foi um bom pacote
Quem sabe viver e vai fundo
Ate arrepiar os pelos do braço
Quem escuta sua musica
As duas da manha
Porque ama
Conecta a alma com o som
Vai longe
Porque seus sonhos são nobres
E sua alma nunca toca o chão
Embora seu corpo sinta o pó do piso sujo
O espírito passa por cima
Mais leve que o ar

Um Ás!

Se meus amigos podem ser contados
Em mais de uma mão
Algo está errado
Eles nunca podem passar de cinco

Se meus sonhos não mostram um caminho
Não são sonhos
São ilusões

Acreditar em poucas coisas
Mas levando ate o fim àquilo em que creio
Se meu dinheiro me faz escravo
É porque não sou digno de recebê-lo

Se uma mulher me faz enlouquecer
Perder a razão
É porque há muito deveria tê-la esquecido

Não sei de quase nada
Mas são detalhes limítrofes
Do que nunca se pode fazer

A vida é um jogo
Quem perde vai pela euforia
Pela emoção
Esquece da realidade
Acredita na sorte

Quem ganha se lembra do final
Das cartas na mão
E vai pela razão
Na batalha das cartas
É preciso ter um As na mão

Granizo

Chove granizo
Na janela de vidro
Que por pouco agüenta
O céu parece querer invadir a casa
Aqui dentro
Nada muda
O barro toma conta das estradas
Na televisão passa um filme repetido
A noite chega
Horizonte nublado
As estrelas não aparecem
Ninguém chega pela porteira
Longe demais
Enxergo seu rosto
Te Imagino em roupas de frio
Olhando o vento
Que deve soprar revoltoso
Levantando as ondas
Que se batem nervosas
E sujam a areia
Com algas da cor dos seus olhos
Aqui o rio passa cheio e turvo
Levando o que encontra nas margens desprotegidas

Uma caminhonete velha atolou
Colocamos as capas para empurrar
De noite tomamos pinga
Perto do fogão na cozinha
Não conhecem tequila

O cachorro é meu melhor amigo
Seu nome retrata os costumes
É o Amarelo
Mas ele é preto como uma noite vazia
Herdou seu nome
De outro cão que aqui vivia
É a tradição que segue ate os animais

Escrevo meus poemas chulos
Escondido em um quarto que divido
Falam da festa de maio
Me prometem apresentar alguém
Uma certa guria que vem da capital
Filha de não sei quem
Enquanto isso vejo a chuva na janela
Que parece não querer parar
Amanha será um grande dia
Mais frio que de costume
Fico imaginando o que acharia daqui
Com seu moletom rosa
Suas meias coloridas

Queria sair a noite na cidade
Ver as luzes e sentar na beira do lago
Nunca pensei que fosse sentir saudades
Essa é minha carta
Como sempre diz muito sobre nada
Amanha o dia começa tão cedo
E é bom ver o sol acordar
Dizem que a cada dia que começa
Uma historia antiga termina
E outra nasce nova
Trazendo a alegria
Dos que vem do desconhecido
Com a esperança em contos de modernidade
Vivemos sempre esperando
É a saudade que toma conta de tudo
Nunca contei minha historia
Perguntaram-me se você existe
Se deixei alguem
Eu sempre respondo
_ Não deixei ninguém
Não gosto de mentiras

17!

Eu só tinha dezessete
Não sabia onde os anjos pisavam
Sentia me culpado
Queria seguir meu caminho
Era uma criança
Com o peito de um gigante

Confiando em Deus e nos homens
Sabia que minha estrada era tranqüila
Não tive medo
Meus olhos brilhavam mais
Minha esperança não cabia em mim
Era muito sonho pra pouca gente
Em um mundo de muita gente pra pouco sonho
Mas eu segui

Desci em um porto desconhecido
Encarei as diferenças
Pensei tudo
Organizei a vida
Era já um homem
Embora tão inocente
Eu me achava o pior de todos
Era só uma criança
Acreditava ser tão culpado
Tão despreparado

Arranjei amigos
Aqueles que a sociedade mais renega
Recolheram-me como filho
Deram-me de comer
E me mostraram uma família
Caminhei pelo mar
Vi a lua acima do oceano
Em uma imagem
Que meus olhos não esquecem
Eu era uma criança



Tão distraído
Tão inocente
Pensava poder tudo
Quem construiu isso
Quem me disse essa mentira
Meu peito de gigante
Sempre acreditou poder mais
E por acreditar foi podendo

Eis me aqui
E agora só quero voltar
Já não me impressiono mais
Sei do que gosto
Do que quero
E vou atrás!

Família

Família...
Poda as aspirações
Destrói as expectativas
Desconhece as dificuldades
Empaca o caminho
Deixa estúpida a razão
Cega os olhos
Amortiza o ódio
Acomoda o guerreiro
Desacredita a revolta
E faz um cativo
Família...
Inimiga da revolução
Inimiga da liberdade
Parente da prisão
Do cárcere privado
Do amor egoísta
Quem quer os seus só pra si
Quem faz dos filhos modelos pré-moldados
Isso não é cristão
Não, não é não!

Poços rasos

Não quero suprir seus desejos
Nem saber seus medos
Não quero te dar conselhos
Nem ouvir seus problemas

Quando te disse que não era assim
E você fingiu não acreditar
Quando te disse que não éramos amigos
E você preferiu dissimular

Não me jogue a culpa do que não fiz
Não me julgue
Se no seu julgamento não tem juiz

Vem me falando de saudade
De um amor que eu nunca construí
Criando coisas em sua mente
De um passado tão recente

Não tente me fazer
Carrasco de mim mesmo
Enxergando uma crueldade
Na piedade dos seus olhos... Verdes!

você se afoga em poços rasos

Não te quero aqui

Tantos erros que cometi
Eu não escutei
Não quis ver
Quem chegou com isso aqui
Eu não sei de mais nada

Te peço pra ir embora
Você não entende
Eu não te quero aqui
Não vou repetir

Enfio os pés pelas mãos
Sou um palhaço de circo
Não pondere minhas culpas
Eu te detesto
Não pense que vou mudar

Te peço pra ir embora
Você não entende
Não é só agora
Nunca volto atrás

Minha razão não existe
E você sabe
Sigo o que sinto
E você me cheira mal
Olho onde não vejo
Enxergo uma emboscada
Te dou menos um minuto

Não me pergunte
O porque de você ou de mim
Eu não sei
Eu não pretendo
Nem vou responder
Apenas acho que tem de ser assim
Talvez você encontre
Um físico no caminho
Talvez ele te mostre
A formula da vida
Mas meus desenhos são rabiscados
E minha mente é doente
Eu não sei contar
Sou o contrario
Não te desejo
Não te suporto
E não sei explicar!

O infinito

Dei uma vez parcela dos meus desejos
Permiti por um momento partes da minha verdade
Confiei por segundos
Alguns dos meus segredos
Esperei que tudo fosse guardado
Onde ninguém mais encontrasse
Acharam certo dia
Que com migalhas
Poderiam destruir um sonho meu
Mas não há quem consiga
Sou egoísta
Não me apresento a ninguém
Nas minhas contas
Não se acha um padrão
Deixo pequenas partes
Indivisíveis em planos
De uma outra dimensão
Entendendo varias coisas agora
Que não se ligam
Cuido para que nunca saibam nada
Quero levar a minha alma
Sendo minha exclusiva brincadeira
De me esconder em veredictos irreais
Haverá os que acreditam
Esses estão longe
Muito longe de mim
Haverá os que terão duvida
Esses estão suficientemente perto
Para que eu jamais estenda a mão
E haverão por fim
Os que não farão perguntas
Sintonizados em algo que não tem resposta
Esses caminharão junto ombro a ombro
Porque quem vive com o espírito
A muito abandonou a quimera dos mortais
E eu sou o infinito
A cada pequena coisa
A cada pequeno gesto
Eu sou o infinito

Mediocre

Infeliz momento
De se tentar ser
O que nunca se foi

Infeliz instante
De se prestar ao comum
Aos desejos e anseios
De qualquer um

Quem trai seus princípios
E acredita na maioria

Quem não enxerga a alma
E se presta ao desespero

Quem não se encontra consigo
Quem duvida da sua certeza
Um só segundo do erro
E o mundo virado
Gira mais rápido

O pesar das conseqüências
Seguindo a boiada
Passando pela porteira
Sem identidade
Quem vai para o abatedouro ?

É preciso fé para continuar
É preciso acordar
É preciso força para ver obvio
E paciência pra voltar atrás
O resto é comum
Mediocre!

Perto

As vezes eu só queria estar perto
Falar de alguma coisa inútil
Não me preocupando em ser fraco
Queria ter a coragem de chorar
Não fingindo enfrentar tudo
Sem nem sair riscado

Eu dava beijos de boa noite
Dou agora apertos de mão
Escutava historias e contava o que sabia
Era o meu dia
Não tinha segredos
Tento ser uma lenda
Montada no esqueleto de uma farsa

Já acreditei mais
E tive heróis
Só acredito em mim
Minha distancia aumenta
Cada dia caminho pra mais longe
Até onde não me possam encontrar
Não enxergo coisas bestas
De um passado recente
Como se tivesse sido
Tudo sempre assim

Reformulo minha historia
Apoiado no presente
Não fosse alguém me contar
Nunca saberia que um dia
Fui tão doce
Onde vou parar ?
Não tenho aonde chegar
Quem se aproxima e tenta o amor
Quem chega com esperança e sai machucado
Sou eu que aprendi a caminhar
Milhas e milhas a cada manhã
Distanciando-me de tudo
Só Deus em quem confio
E os anjos
Se é que eles existem
Afinal eles precisam existir!

Um segundo

Só lhe resta um segundo
Pra falar..
Nada importa agora
Não há o que se diga
Que se mude
Ou se invente

O tempo todo
Passa em um instante
Nós sabemos
E você estava lá
Você sempre está
Tenho medo de te perguntar
Eu não preciso pronunciar
Porque você cobra palavras
E eu te digo
Só lhe resta um segundo
Pra dizer...

Eu tenho medo de você
Já disse
De tudo que não posso controlar
E não sei porquê
É diferente
Não quero te perder por ai
Mas não me enrolo
E só queria saber
Só lhe resta um em sessenta
Pra me responder..
Me dizer que quer ficar
Ver a noite se abater sobre o horizonte
Em horas que passam voando
É só um segundo
Só uma vez que vou perguntar!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Se eu te disser!

Se eu te disser que o tempo leva tudo como areia
Assim como os seus medos
E se há segredos não existe então o que se guardava
Tendo a certeza de que vamos ficar juntos
Como partes inseparáveis de um pequeno grao
Do que cobre a praia com uma fina areia

Que um dia foi rocha imponente


Se eu te der um presente inesquecível

Se te colocar nas asas de um condor
E dizer que vamos voar
Avistando la de cima nossos anseios
Passando acima
Do que pensávamos nem poder tocar

É quase alguma coisa

Perto do que quero te mostrar

Uns dias passaram em que se podia fazer o infazivel

Umas noites amanheceram em que se podia contar as estrelas
Uma a uma
Sem se cansar

Mas quem diz que o tempo não volta..
Ou não sonha ou muito se engana !
Eu sei que esse futuro supera em muito o
presente
E que do passado se repete o que foi bom antigamente

Somos a realização do impossível
Um só átomo indivisível
E por onde quer que nós passemos
Construiremos outros elementos

Partes puras de castelos que se corrompem

Nós somos o amor fonte de tudo
Nós somos o desejo dos homens
E não há quem não coloque a cabeça no travesseiro
Querendo no fundo nos imitar

Que sigam nossos passos
E se vejam em espelhos invisíveis
sabendo onde vamos
Não há medo na estrada
Nem vontade de chegar
Maior que a de continuar
Talvez cantemos uma canção
Talvez esperemos a chuva passar

Se te empresto minha capa
Minha armadura e capacete
Porque minha proteção
Em um corpo ja não cabe
Minha alma precisa da sua
E sua alma precisa da carne

Chamam isso amor
Não sabemos o nome certo
Talvez seja exisitir ou viver
As coisas já não se separam
E quando eu digo te amo
Só uma coisa significa
Você nunca morrerá !

Outro começo de noite

Outro começo de noite