sábado, 27 de junho de 2009

Meu mundo é castanho

Eu falo com você
Eu tento me conter
Me engasgo pra não dizer
Seus cabelos lisos castanhos
Escorrendo pelo pescoço
Você é mesmo cruel!
Seus olhos castanhos
Combinam com os cabelos
Cor de mel
Você é mesmo cruel!
Me deixou entorpecido
Me mostrou o desconhecido
Estou vencido

sábado, 20 de junho de 2009

Eu sei

Não diria desse texto uma confissão
Não diria desse texto algo meu
Mas diria desse texto apenas uma explicação..

Minhas palavras me assombram
Não as palavras faladas
Porque dessas me esqueço fácil
Mas as palavras escritas
Daqui um ano
Daqui dois
Daqui dez
Quando olhar para trás
Quando ver registros
Registros são como provas
Eu verei escritos de outra pessoa
Outra pessoa que terá morrido
No passar das horas
Dos dias
Das semanas
Dos anos
Estarei assombrado então
Diante de mim mesmo
Como uma imagem retrogáda em um espelho
Pois nesse exato m0mento
Sou puro desejo de mudança
De tornar me outro
Outro não tão bom
Outro com menos amor
Outro mais reticente
Outro mais frio
E no esforço por tornar me outro
Tornarei me
E o pior de tudo
É que já sei do arrependimento posterior
Então ficam gravadas essas palavras
Para o dia que vira daqui muitos dias
Para o dia em que poemas serão frescuras
Para o dia em que tiver perdido tudo o que me é bom
E ter aprimorado tudo o que me é usual
Prático, objetivo e comercial
E ai eu vou ler e dizer
Nossa, esse era eu
E como a modestia vai embora
Vem a auto enganação
Vem o prestigio dos enganados
E prestigiado por idiotas
Direi..
Eu já sabia! Como eu tenho visão..
Eu ja sabia!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Escondi minhas palavras


Quero que minhas palavras sejam sombras

Só falarei de amenidades

De coisas externas

Não é isso que fazem os homens comuns ?

Os que tem medo de expor sua alma ?

Pois então é isso..

Não sei se expus minha alma

Ficaria feliz e consternado ao mesmo tempo se o fizesse

Mais consternado do que feliz

Por isso minhas palavras serão sombras

Pois sou um homem comum

Quero viver como um homem comum

Quero prazeres Comuns

Um filho e um cachorro

Como em um comercial de margarina

Como diria Zeca Baleiro

No medo de Deus se faz a religião

No medo dos homens se constitui a moral

Tenho medo dos homens

Não sabem distinguir

Moral e Moralismo

Por isso vou esconder

Cair na mediocridade

Pois assim se vive muito tempo

Boa escrita nenhuma vale a revelação de um segredo

E quando se escreve por mais que se tente

Segredos são revelados

Quero meus segredos comigo

Poupo ao mundo o que me é mais visceral

Pois não há merecimento na verdade

E depois ?

E depois que os amores passarem ?

E a paixão esfriar ?

Os poemas ainda estarão vivos

Os poemas serão eternos

Mas os sentimentos são voláteis

E são poucas aquelas que merecem a eternidade

Amigos comuns

Desejos comuns

Mulheres comuns

A felicidade é comum

A reflexão é incomum

E toda reflexão leva a tristeza

Se não levou

É por que ficou na superficialidade

Agora vivo a superfície

Agora vivo a aparência

Abdiquei do meu velho universo

E procuro as sombras

Aqui fica meu refugio

Para que das sombras

Eu seja apenas um observador participante

Sabendo tudo sobre os que me cercam

Mas não deixando nunca

Que saibam algo sobre mim

Como Dorian Gray escondia seu retrato

Escondo minha ilha

Escondo minhas ruas

E por mais que minha alma se torne grotesca e assustada

Ninguém poderá vê lá

Pois aqui se encontra

Não diria desse texto um poema

Não diria desse texto uma confissão

Não diria desse texto algo meu

Mas diria desse texto apenas uma explicação

Pois á quem não acredite que existam pessoas que escrevam só para si

Eu escrevo

E de sobre aviso já digo

É de livre e espontânea decisão passear por meus textos

É de livre e espontânea decisão conhecer as atrocidades que escondo

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Just in the wind

Um pouco como o vento
Como sentir cortando o horizonte
Tão perto do chão
Tão rápido
É sentir se livre
Livre de verdade
Se transportar dos medos
Das coisas comuns
Das ideias ridículas
Dos covardes
Estar em outro patamar
Ser um pássaro
O sangue que sobe
Que ferve cortando o vento gelado
Pura ousadia
Brincando com o espaço
Atrevido atravessando nos cantos
Indo por onde der e puder
O blusão e a calça jeans se fundem com o aço
O homem de aço
Inquebravel
Corpo fexado
Sentido o motor entre as pernas
Ninguém alcança
Ninguém pode com ele
Com o homem de aço
O dono das ruas
O mestre das curvas
O amigo do vento
O fugitivo da chuva
Ninguém pode com ele
Com o homem de aço!

terça-feira, 2 de junho de 2009

É cego o que se esconde!

Ser o que esperam
Sem saber o que acontece
Seguindo um padrão
Não vou não
Causando uma impressão
Tira fora o coração
Seguindo um padrão
Não vou não

Se é o que se acredita
Se acredita no que se vê
Se pensa no que se sente
Esconde o sentimento
E segue o que se vê

É cego o que se esconde!

Quero fechar os olhos
Abrir de novo
Ver diferente
Imagens atraem
Causam ilusão
São água no asfalto
Em dias de sol
Estar só nem sempre é solidão

Tudo que parece
Nem sempre é
Some na noite

A maquiagem desaparece
Na hora de lavar o rosto
A realidade desce
Com a cabeça no travesseiro
Em uma reflexão

Se maldade é sinonimo de força
Autoridade de autoritarismo
Se inteligencia é má conduta
E má conduta é compaixão
O que ficou então ?

Padrão e lógica
Em vão
Sentidos deturpados

Tento recobrar a razão
Sem ser um produto

O que não se vende
Não tem valor

Sem valor
Brega e ultrapassado
Sigo meu coração

Outro começo de noite

Outro começo de noite