domingo, 22 de março de 2009

As Horas

Quando o dia não é tão claro
Quando o sol não brilha tanto
Quando ninguém sai de casa
Alguma coisa está estranha
Não se sabe o que é
As nuvens escondem o céu
E é pouco ou é muito
Todo o tempo
São as horas
É muito, é quase nada
Quando cai no fim da tarde
É a chuva nas escadas
Escorrendo como lagrimas
Descendo até o chão
Deixando baro nas estradas
Quando o rio se eleva
Quando ela está sozinha
Quando a cena se faz
As horas não passam mais
Suicida em desilusão
Imersa nas águas
Todos estão em casa
O rio corre sozinho
Não é um azul claro
São águas turvas
De um marrom profundo

7 comentários:

Gabriela Domiciano disse...

Lembrei da cena do filme!!
mt doida!!!

=D

Ricardo Esteves disse...

Kkkkkkkkkkkkkk
ée
longe de dizer que é baseado no filme pq é uma baita obra aquele filme, mas deu uma idéia x)

Gabriela Domiciano disse...

haaa a gravura é minha!!
desenhei e escaneei, mas desenhado ficou melhor, pq colori no computador e trabalhar com o mause é bem mais difícil!! (por isso pus pequena)

iILÓGICO disse...

olhei tudo da janela.... com cobertor!
obg pela visita, volte sempre!!!
e, que filme é? pelamordeDeus?!!!

Um moça disse...

Bacana demais!!!

;)

bjos!

Ricardo Esteves disse...

O// ta la no e blogue x)
http://e-blogue.com/blogs/blog/2009/04/06/as-horas/

tutaméia disse...

Tem dia que o vento não curva e o tempo não muda.

Hoje, fui rastejando minhas solas até o alto da montanha.
Desviei poças de suor e mijo esparramadas pelo chão.
Não pude nem olhar o sol, porque a ardência penetrava minha impaciência.
E sorrindo por fora, desgostava o que os olhos abertos sentiam.
Por instantes, me senti capacitada de entender todas os movimentos ao redor de mim.
Aflitamente liguei as vidas ao meu redor como um jogo de pontos, onde os traços facilmente se juntam, formando uma imagem certa.
Sem nuvens, a chuva não me traria refresco como em dias atrás.
Sentia a garganta seca arranhando meu pensamento.
Fui procurando traços, relacionando os fatos. Sentia o lixo esmagado no meu sapato.
Reparei em alguns pés, desviei os olhares de súplica nos becos e fui me sentindo mal por tropeçar em tantos vivos.
Olhei pra dentro, e me despi daquele vício.
Não queria pensar em nada, sentia meu corpo uma migalha em que os pombos rapidamente devorariam.
Peguei um ou outro olhar seco derretendo meu corpo.
E meu raciocínio parou.
O calor derreteu meu caminho, derreteu minha boca, fez dos meus olhos um feixe de luz que penetrou nas pulgas daquele cão faminto que me seguia a horas.
O cão comia as migalhas que caiam de mim... Meus cabelos se desfazendo...minha memória se apagando...meus desejos irrealizáveis naquele momento.
E aí vi que todo mundo dobra todo meio dia na mesma esquina.
Mas hoje eu me perdi...
Reparei tanto nas pedras do chão...
Que passei pra lá do meio dia em vão...

Outro começo de noite

Outro começo de noite