domingo, 21 de fevereiro de 2010

Quando a chuva cai.

Quando a chuva cai
Enquanto corto a cidade de noite
E minhas roupas ficam encharcadas
Quando meu fôlego quente
Embaça a viseira
Tudo o que vejo
É muito pouco...

Quando os relâmpagos
Mostram-se distantes
E vem se aproximando
Como se eu estivesse cortando o céu
Tudo o que vejo
São luzes...

Meus pés já estão molhados
E por todos os lados
A água desce pelo asfalto
Procurando caminhos
E eu continuo,
Vou colando o ponteiro
Na esperança
De me esquentar em um banho

Em algum lugar
No meio do nada
Meu cavalo de aço não agüenta
Pede para parar
Eu vejo a chuva cair
Os carros passarem desesperados
Como se estivessem se molhando
Já não há nada á perder
Vivo na perspectiva dos que só ganham
E pra quem ganha tudo é sorte

A água não coroe o aço
E antes de voltar para a estrada
Dou carona a um mendigo
Um desses que andam
Do nada para lugar algum
E encostam-se nas noites de chuva
Qualquer lugar seria melhor
E então vamos embora
Cortando o asfalto e a chuva
Cortando a noite e o frio
Porque meus dias são errantes
Porque nasci nas asas do vento

Um comentário:

Marco Henrique Strauss disse...

bom, bom! Há tempo não lia teus dizeres...pra lá de especial. Seja crítico ou não, a reflexão sempre fica presente após a leitura de um texto teu. Parabéns.

Outro começo de noite

Outro começo de noite