sábado, 20 de novembro de 2010

?

Posso explicar
Mil e uma vezes se preciso
Não há problema
Escrevo até um poema
Tão contraditória
Nunca entende
Posso discutir
Dia após dia
Para sempre nunca chegar a lugar algum
Recomeçando todas as manhãs
É assim
Nada posso fazer
Mas posso nega-lá
Inventar defeitos
Ora, o que sou
Se consisto no próprio erro
Negando a mim mesmo
Afim de que me aceite
Em meus estratagemas
Que loucura
Não gosto de mim
Que loucura
Passo o tempo escrevendo um poema
Sobre não gostar de alguém
Sobre gostar de alguém
Sobre nem sei o que
Não há o que entender
Mas fico a explicar
O que não sei
Perdendo meu dia
Em noites valiosas
Repetindo mil vezes
Discutindo
Esforço infrutífero
Negador da minha essência
Do utilitarismo real
Talvez veja mais do que imagino
Talvez seja só esse outro
Errado em si
Fraco guiado pelos sentimentos
Mas é grande o numero de vezes
O real me salta a porta
Vou pelo modelo ideal
Visto-o de certo romantismo
Acredito em mim mesmo
Qualquer coisa que diga
Me responde com um sorriso
Não pertencemos ao mesmo mundo
E eu continuo seguindo
Nas linhas do racional
Romantismo desconcertado
Não me é permitido
Vou com o proletariado
No fim as coisas são assim
Por mais que repita e diga mil vezes
Termina por definir
A origem de cada um
Em um berço desigual
Por isso nego o eu
Acreditando em fadas
Pondo no sentimento valor universal
O amor se transforma em uma situação real
Uma situação real não se transforma
Sonhos acabam
Caindo em minha verdade
Partiria ela
Ficaria eu
Mais sem rumo que de inicio
Porque agora sozinho
Desnorteado
Não, não acredito no eu ilusão
Em busca de um modelo ideal
Que viva a vida
Abaixo das linhas
Do ar condicionado
Dos luxos do mundo
Pois isso
Durante longo tempo
Não poderei prover
As horas são minhas inimigas
Não posso me dar a chance de cair
Mas sei que ei de encontrar
Ela á quem darei a mão
Para construirmos juntos
Vindo das estacas
Aos palácios de sangue e suor
Só quem veio
Para entender
O esforço do dia-a-dia
Salario no fim do mês
Trabalharei uma vida
Para ter o que a outra
Não valorizaria
Mas sei que ei de encontrar
Ela a quem darei as mãos
O modelo certo do eu racional
E sei que há de se desfazer
Essa grande ilusão
Pois difícil se explica o que se sente
Mas fácil se dá razão ao real

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