segunda-feira, 4 de maio de 2009

Foi assim

Falo o que eu quero

Nasci com pé fora de casa

Meu medo é não temer nada

E você

Não da pra entender

Suas consultas e os seus medos

Seus desejos e o seu apego

Aflições e segredos

 

Aprendi a correr sozinho

Meti a cara

Só pra ver como era

Fiz tudo rápido

Do jeito que quis

E você

Com cuidado em tudo

Longe do escuro

Alergia, injeções

Educação é tudo

Eu com meu escudo de mundo

Protegendo-me de tudo

Minhas roupas ganhadas

Meias rasgadas

Amigos diferentes

Super comuns

Fora dos padrões legais

Tentamos ser normais

Mais não conseguimos seguir os comerciais

 

Gosto da luz do dia

Acordei pra ver o sol nascer

Suas janelas estavam fechadas

Estava gripada

Respirei fundo

Mastiguei alguma coisa

Você tomou remédios

Ligou a televisão no seu programa

Com seu pijama

Aqui o canal é aberto

A programação é fechada

Você me conta do seriado

Parece que não temos a mesma tv

 

Saio pra ver

Minha rua

O que tão fazendo

O que ta acontecendo

Você não conhece seus vizinhos

Sua alergia empola tudo

Repele o mundo

Seu refluxo alguém inventou

Da onde venho refluxo não existe

Ninguém nunca criou

 

Me visto a caráter

Short e chinela

Vou ao barbeiro

Peço o de sempre

Tem festa de noite

Todo mundo vai

O pai de alguém leva

Pra voltar

Voltamos a pé

Do jeito que der

 

Minha calça jeans nova

Uma camisa massa

O perfume de um tio

O tênis de sempre 

só que lavado

 

Nós somos os melhores

E essa noite o bicho vai pegar

Com a gente ninguém pode

 

Te observo de longe

Seu cabelo de salão

Suas roupas de marca

Sua marra

Chega depois

Poe inveja nas outras

Pouco me importa

Você quer que eu seja  igual

Não sou

Meu sobrenome é desconhecido

Como qualquer outro

Mas meus olhos brilham

É eu sei

Brilham como você nunca viu


Eu to aqui

Só esperando algo acontecer

Se você vem e se aproxima

Espero que saiba

Não quero te ver sofrer

Não  venha chorar

A gente dança hoje 

Vai pro canto

É uma noite só

Amanha meu mundo nasce de novo

Sua rinite ataca

E eu saio pra quebrar alguma vidraça

6 comentários:

Ricardo Esteves disse...

esse sim é quase auto biográfico, =p
de um tempo atrás quando erra moleke!

iILÓGICO disse...

ah! sensacional. parece comigo, vinte anos atrás...rs

cara. muito, muito bom!!!

e.., você ficou com quem depois da vidraça?

abraço graaaande. gostei demais!!!

Gabriela Domiciano disse...

antes ser o moleque do que essa outra pessoa que parece q vive numa bolha.....hauhauhauh

Anônimo disse...

o desapego não é pra todo mundo..quisera eu ser como vc...
ahh como eu queria!!!

mil bjuxx!!!
adorei muuuuito!

Ricardo Esteves disse...

As pessoas não tem culpa de viverem em bolhas, na maioria das vezes ja nasceram assim, em pessoas na minha opinião o que importa é o que há de mais visceral é o que ninguém pode impor, é o que não pode ser dissimulado.. nesse quisito não importa se vivemos em bolhas ou não somos todos iguais!
e ahh, desapego é difícil sim, e não é bom.. nesse texto trata se mais de orgulho do que de desapego eu acho.. e orgulho seca tudo =\

Anônimo disse...

eu amuu U2!!!

Outro começo de noite

Outro começo de noite