quinta-feira, 2 de setembro de 2010

General

Covarde,
Porque fui embora
Não adimitindo a fraqueza
Abandonando os que não lutam
Covarde,
Porque desprezo quem tem medo
Os deixando a mercê de sua sorte
Covarde,
Porque conheço a natureza
E esqueci a piedade
Covarde,
Porque só me encontro em mim
Porque só respeito os meus
Covarde,
Porque exijo sempre mais
E faço da minha moral
Balança da justiça
Covarde,
Porque levanto minha espada
Corto cabeças
Faço meu julgamento
E não me interessa a defesa
Não pergunto nada
Covarde,
Não sou herói
Não sou salvador
Não sou nada
Minha ideologia
Meu único crivo
Justiça relativa
Medo da derrota
Vitoria a qualquer custo
Covarde,
Tremo de medo atrás da mesa
Só conheço as ordens
E longe da farda não sou ninguém
A humanidade me deprime
Os homens valem sua coragem
Brechet estava errado
A historia é feita por reis
Por assassinos
Por religiosos
Por instituidores da ordem
Por enfrentadores da ordem
Mas jamais por ordenados
Por quem passa a vida sem dizer nada
Esses não pensam
Condenados a alienação
Sei que sou um covarde,
Mas amo o poder
E enquanto existirem
Mais covardes que eu
Esses que se calam
Vão sempre consentir na minha força
Eu que sou um bezerro
Tenho o espectro de um touro
Eu que sou um gato
Tenho o espectro de um leão
Porque eu disse que era
Eu disse que podia
Eu fiz ameaças
E acreditaram
Covarde,
Eu minto
E mentindo continuo.

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