segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Casa de vidro

Tudo em que acreditamos
Parece agora de outro mundo
Como se tivessem atirado uma pedra
Estilhaçado uma vidraça
Que nunca mais iria se recompor

Não sabemos mais
Se fomos loucos em acreditar
Ou se tudo foi um dia possível
Mas agora aquele passado
Nós parece surreal

Sentimos uma historia
Que nunca existiu
Que não se encaixa
Nos registros do presente

Poderíamos ter jurado
Tínhamos todas as certezas
Pensávamos todas as possibilidades
E agora nem sabemos
Em que parte o fio se arrebentou

Pretensões envoltas em uma vidraça
Nossa casa de vidro
Não deixava entrar o vento lá de fora
Foi só o tempo
De alguém atirar uma pedra

Vimos nossas crenças
Caírem em uma chuva de cacos
Que se arrebentavam no chão
Há tempos que algo estava trincado
Não quisemos ver

Nossas certezas
Já não são tão claras
Cortamos nossos pés
Não quisemos ver
Nossa casa de vidro

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