segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A diferença

Esperando algo especial
Que fosse ao menos diferente
Os dias corriam em sonhos
Ilusões calcadas no desespero
Sorrindo assim
Só de sonhar
Com qualquer coisa nova

Sabendo que era tudo tolice
Que nada mudaria
Acreditava um pouco
Para poder sobreviver
Continuava
Dia-a-dia
Só querendo algo especial

Não corria e nem tinha medo
Nada fazia diferença
Absolutamente indiferente
Figurava nos locais
Um quadro vivo
Compondo uma paisagem
Se sentindo um tolo
Em meio á extraterrestres

Duas existências
O pesadelo de estar acordado
Á alegria de dormir
Se transportando para um lugar
Em que nunca esteve

Não sabia o que fazia aqui
Em uma lógica sem sentido
Conquistas importantes
Que de nada valiam
Ia conseguindo todas
Uma a uma
Em uma ordem natural

Sem entender
A importância de coisas
Com tamanhos e formas
Coisas que acabavam com o tempo
Que envelheciam
Perdiam a graça

Quis algo especial
Que fosse ao menos diferente
Algo que se aproximasse do infinito
Sem se arrebentar em conversas inúteis
Pessoas inúteis
E desejos inúteis

Algo que não pudesse descrever
Nem substituir

Aprendeu a diferença
Entre troca e mudança
Mudanças não ocorriam
Enquanto tudo podia ser trocado
A ordem sempre seria a mesma

Mas sabia que era tolo
Talvez louco
Como o inimigo de moinhos
Que rodavam com o vento
Nada mudaria
E por isso dormia
Dormia e dormia...

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