Eii, o que preciso te dizer
São tantas coisas
E é tão simples
Tão suave
E nada inovador
Mas mesmo assim não é fácil
Há sempre um pouco de medo
Então vou voltar ao inicio
É que ontem fui para casa
Lá vi o céu
As estrelas aparecem todas de noite
Indicando as distâncias
Aproximando as regiões
Como há mil anos
Sai descalço pela pastagem
Procurei as três Marias
Andei muito e não encontrei
Queria te provar que estavam ali
Foi a melhor coisa que fiz
Você não conseguia vê-las
Não vi também
Talvez não quisessem ser encontradas
Mas é o percurso que faz a descoberta
Nesse dia eu era a plenitude
Descobri os sentidos
Eu era o próprio vento
Podia sentir o corpo balançar leve no universo
Os feixes de luz na escuridão
O brilho do seu sorriso
Como há mil anos
O cruzeiro do sul
Fácil de achar
Mostrou-me o caminho
Algumas coisas são obvias e tão completas
Outras complicadas e tão distantes
É isso, é só isso!
Abstrato demais
Desculpe
Mas vim de um lugar
Em que homens não sabem falar certas coisas
Perco sempre o jeito de dizer
Sou o instinto puro
Fiz esse poema para que possa compreender
Rodando em círculos sem forma
Escutando uma musica
O cantor diz “ninguém disse que seria fácil”
E depois “vamos voltar ao inicio”
É o cientista que pede desculpas
Que não explica o universo
É grande e tão completo
Não há palavras
Mas vamos voltar ao inicio
Quem sabe eu consiga te explicar
Como um meteoro
Que por um segundo
Atravessa a posição estática dos astros
Conseguindo mostrar mais
Do que já esta dado
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