terça-feira, 6 de julho de 2010

Granizo

Chove granizo
Na janela de vidro
Que por pouco agüenta
O céu parece querer invadir a casa
Aqui dentro
Nada muda
O barro toma conta das estradas
Na televisão passa um filme repetido
A noite chega
Horizonte nublado
As estrelas não aparecem
Ninguém chega pela porteira
Longe demais
Enxergo seu rosto
Te Imagino em roupas de frio
Olhando o vento
Que deve soprar revoltoso
Levantando as ondas
Que se batem nervosas
E sujam a areia
Com algas da cor dos seus olhos
Aqui o rio passa cheio e turvo
Levando o que encontra nas margens desprotegidas

Uma caminhonete velha atolou
Colocamos as capas para empurrar
De noite tomamos pinga
Perto do fogão na cozinha
Não conhecem tequila

O cachorro é meu melhor amigo
Seu nome retrata os costumes
É o Amarelo
Mas ele é preto como uma noite vazia
Herdou seu nome
De outro cão que aqui vivia
É a tradição que segue ate os animais

Escrevo meus poemas chulos
Escondido em um quarto que divido
Falam da festa de maio
Me prometem apresentar alguém
Uma certa guria que vem da capital
Filha de não sei quem
Enquanto isso vejo a chuva na janela
Que parece não querer parar
Amanha será um grande dia
Mais frio que de costume
Fico imaginando o que acharia daqui
Com seu moletom rosa
Suas meias coloridas

Queria sair a noite na cidade
Ver as luzes e sentar na beira do lago
Nunca pensei que fosse sentir saudades
Essa é minha carta
Como sempre diz muito sobre nada
Amanha o dia começa tão cedo
E é bom ver o sol acordar
Dizem que a cada dia que começa
Uma historia antiga termina
E outra nasce nova
Trazendo a alegria
Dos que vem do desconhecido
Com a esperança em contos de modernidade
Vivemos sempre esperando
É a saudade que toma conta de tudo
Nunca contei minha historia
Perguntaram-me se você existe
Se deixei alguem
Eu sempre respondo
_ Não deixei ninguém
Não gosto de mentiras

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