quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Bem antes
Sentimos antes de possuir
Antes de sentir o cheiro
De tocar
De ver
Coisas que já estavam lá
Prontas a serem acordadas
Quando acontecem
Irradiam a alma
Completam uma parte
Do quebra cabeça infinito
Já gostava antes
De mesmo conhecer
De imaginar
Quando nem sonhava
Eu já gostava
E sabia que estava aqui
Em algum lugar
Esperando acordar
Algo conspirava
Torcia a favor
Dizia o certo
Ajudava nas escolhas
E pelo caminho
Acreditava ser o destino
Mas antes de sentir o cheiro
Já conhecia esse perfume
Mesmo que a imagem não chegasse
Podia pintar um quadro
E mesmo sem olfato
Saberia distinguir entre cem
Um cheiro discreto e elegante
Que vem de longe
Não é a primeira vista
Estava aqui todo o tempo
E não sabia
Esperando um dia
Uma catarse talvez
Qualquer revelação
É o perfume que sigo
Sem nem saber por onde
Porque o corpo é só alma
E alma não se explica
Estava aqui e pronto
Chamo de coisa
Pra não definiri
Pra não resumir
Isso que ninguém explica
Que estava aqui
Que eu já gostava
E nem conhecia
Isso que me é essencial
E nem fazia parte do meu dia
Que controla as batidas
E gela a circulação
Que confunde e explica
É esse perfume
Que me faz parte agora
Essa dança que eleva meus pés
Esse sentimento
Que já vivia antes
E só esperava
A hora da chegada
Mudanças azuis
Meu último amigo se foi
Eu gosto desse som
Mas é muito tarde agora
E preciso ir
Vou nessas mudanças
Azuis
Que a vida me mostrou
Um mar lá fora
Bate na porta da sua casa
Minhas esperanças
Entraram em um barco
De amar em conjunto
Em volta do mundo
Vou nas suas mudanças
Nessas mudanças azuis
De um céu rebatido
Em seu caderno
De capa vermelha
Chamava de livro
Historias sozinhas
Que não se realizavam
Meu último adeus
Suas mudanças
Azuis
Eu vou com elas
Com suas esperanças
Cantava um violino
Esperando chegar alguém
Em um sol apagado
De um último amigo
Que não te ouviu
Mas é muito tarde agora
Vou nas suas mudanças..
Procurando por algo lá fora
Qualquer espaço
Inspirados em cegos
Guiando barcos
A espera de garrafas
Trazendo notícias perdidas
De qualquer coisa
Que nunca aconteceu
Seu caderno vermelho
Você chama de livro
Esperou um acontecimento
De dias em que fui
Nas asas de qualquer navio
São mentiras verdadeiras
De quem continua vivo
E dá seu último adeus
Não volto mais
Eu vou em suas mudanças
Mudanças azuis
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
O jogador
Joga sozinho
Guarda os segredos
Esconde-se da própria sombra
O melhor jogador
Tem calma
Pensa movimentos
Organiza acontecimentos
Sempre com á arma engatilhada
Não confia em ninguém
Guarda segredos
O melhor jogador
Não é um líder
Nem nunca quis ser
Cuida de defender
De proteger
É pelo os seus
Por isso não conta
Não envolve ninguém
Quando não há nada á fazer
Descobre um jeito
Há sempre uma maneira
Jogando com a vida
Cartas na manga
Engana muito bem
Protege uma só verdade
É pelos seus
E por mais ninguém
Depois de uma corrida
De uma briga
Vencido um titã
Outro que capota aos seus pés
Os dias tem sido da caça
Fecha os olhos
Agradece sempre
Respira fundo
Abre de novo
Volta pro jogo
A diferença
Que fosse ao menos diferente
Os dias corriam em sonhos
Ilusões calcadas no desespero
Sorrindo assim
Só de sonhar
Com qualquer coisa nova
Sabendo que era tudo tolice
Que nada mudaria
Acreditava um pouco
Para poder sobreviver
Continuava
Dia-a-dia
Só querendo algo especial
Não corria e nem tinha medo
Nada fazia diferença
Absolutamente indiferente
Figurava nos locais
Um quadro vivo
Compondo uma paisagem
Se sentindo um tolo
Em meio á extraterrestres
Duas existências
O pesadelo de estar acordado
Á alegria de dormir
Se transportando para um lugar
Em que nunca esteve
Não sabia o que fazia aqui
Em uma lógica sem sentido
Conquistas importantes
Que de nada valiam
Ia conseguindo todas
Uma a uma
Em uma ordem natural
Sem entender
A importância de coisas
Com tamanhos e formas
Coisas que acabavam com o tempo
Que envelheciam
Perdiam a graça
Quis algo especial
Que fosse ao menos diferente
Algo que se aproximasse do infinito
Sem se arrebentar em conversas inúteis
Pessoas inúteis
E desejos inúteis
Algo que não pudesse descrever
Nem substituir
Aprendeu a diferença
Entre troca e mudança
Mudanças não ocorriam
Enquanto tudo podia ser trocado
A ordem sempre seria a mesma
Mas sabia que era tolo
Talvez louco
Como o inimigo de moinhos
Que rodavam com o vento
Nada mudaria
E por isso dormia
Dormia e dormia...
Um lugar
Não perguntou á ninguém
Atingiu esse lugar
Sentiu á pressão de perto
Não podia contar com nada
Sabia que estava ali
Á milhas e milhas
De qualquer referencia
Que pudesse trazer algum conforto
Alguma tranqüilidade
Mas no fundo
Era ele e só ele
O sentido era esse
Melhor era estar sozinho bem longe
Que estar perto e não ter em que se segurar
Á pior de todas as coisas
Que fosse então
Pra ele se segurar
Agüentar os tormentos
De uma mente sem apoio
Prendendo se em si
Firmando se em cordas invisíveis
Saiu sozinho
Não perguntou a ninguém
Tinham lhe dado esse lugar
Casa de vidro
Parece agora de outro mundo
Como se tivessem atirado uma pedra
Estilhaçado uma vidraça
Que nunca mais iria se recompor
Não sabemos mais
Se fomos loucos em acreditar
Ou se tudo foi um dia possível
Mas agora aquele passado
Nós parece surreal
Sentimos uma historia
Que nunca existiu
Que não se encaixa
Nos registros do presente
Poderíamos ter jurado
Tínhamos todas as certezas
Pensávamos todas as possibilidades
E agora nem sabemos
Em que parte o fio se arrebentou
Pretensões envoltas em uma vidraça
Nossa casa de vidro
Não deixava entrar o vento lá de fora
Foi só o tempo
De alguém atirar uma pedra
Vimos nossas crenças
Caírem em uma chuva de cacos
Que se arrebentavam no chão
Há tempos que algo estava trincado
Não quisemos ver
Nossas certezas
Já não são tão claras
Cortamos nossos pés
Não quisemos ver
Nossa casa de vidro
Mais uma
A mais linda
E sensacional que já ouvi...
E se te levasse ao lugar mais distante
Onde pudesse te mostrar
Estrela a estrela
Em um céu que parece pintado
Num infinito iluminado...
E se te desse o presente mais raro
Buscado nos cantos mais distantes
Único e inestimável...
E se te mostrasse a mais perfeita canção
Na mais completa harmonia
Feita só pra você...
Te digo que ainda assim
Não seria minha
Se fosse já seria
Com a frase mais entrecortada
Em qualquer lugar
No sol mais quente que essa cidade já viu
Feliz com uma lembrança qualquer
Só ai te diria então
Só ai te levava
Só ai te mostrava o som
Das coisas mais perfeitas e completas
Por que então
Você não seria só mais uma
Em volta
Seu rosto não aparece
De noite imagino se está dormindo
Concentro meus pensamentos
Uma forma de encontrar te
Talvez possa ver te uma única vez
Escrevi um dia inteiro
O que ia te dizer
Em cada face me prendia
Seu rosto não aparecia
Perguntei em todos os lugares
Procurei nas ruas
Seu rosto não aparecia
Ontem mesmo
Sentado em um banco
Fazia esboços todo o tempo
Ate que de longe apareceu
De costa uns cabelos
Pretos e escorridos
Corri e cheguei perto
Não eram os seus
De noite quem sabe
Ao dormir eu possa ver te
Pra t contar um segredo
Que ficou no ar
Bem antes de ir embora
Pois que,
Pois que,
Pouco tem se preocupado
Os que se colocam nesse lugar
Nessa demanda
Complicada e sem jeito
De amansar um espírito pouco cativo
Não se preocupe ainda
Pois que,
Cada encarregado
Tem me presenteado
Com um sem igual presente
De inestimável liberdade
Que cedo me fez gente
De longe me vêem bem
Ganhando as ruas esquina a esquina
Não há lua que meta medo
Não há lobo que esteja solto
Não há noite que seja escura
Que assuste com seus segredos
Medos nascem plantados
Por mãos necessitadas
De segurar até o ultimo instante
O que já se soltou a muito de seu cordão
Não se preocupe comigo
Pois aprendi a ser assim
A cuidar muito bem de mim
Mais eu, eu me preocupo contigo.
Que nunca aprendeu comigo
Passos regrados
Com atenção
Pra não pisar em falso
Pra não cair em armadilhas
Dolorosas e complicadas
No momento mais tenso
Na reta final
Deveria ser percorrida sozinha
Mesmo com todo treinamento
Aulas e mais aulas de autodefesa
De não ceder ao que não se controla
Mesmo assim...
O percurso apresenta surpresas
Mas não conseguindo vencer o incontrolado
O piloto aprende
A vencer com a surpresa
A se adaptar ao percurso
E era só isso
Foi suficiente
Pra viver um sonho rápido
Que chegou de repente
Dando sentido novo
A um mudo sem graça
Colorindo com felicidade
Uma noite qualquer
Deixou de ser comum
Não era esperado
Que não dá pra explicar
Que não tem motivo
Nem razão
Talvez escolha um acaso
Mas são muitos acasos ao acaso
Tomando caminhos
São sempre os caminhos
Os mais complicados acasos
Voltando ou indo embora
Talvez sejam universos paralelos
Acidentes desconcertados
Entre vias que não deviam se cruzar
Que se tornam contra mão ou mão única
O que acontece
Que não dá pra explicar
Que não tem motivo
Nem razão
De um instante ao outro
Do equilíbrio ao caos
Segundos transformam
Acasos se tornam a peça central
A regra de um jogo complexo
Sem expectativas
Sem probabilidades
O que acontece
Que não dá pra explicar
Que consome por inteiro
Algo que não era esperado
Necessidade
De escrever,
De transcrever um pensamento,
Para ter ali bem guardado
Pra poder buscar a qualquer momento
Necessidade
De ter um lugar só seu,
Com idéias suas,
Impressões mesmo que idiotas
Mas suas e só suas
Necessidade
De não passar vazio pela vida,
Só vendo os outros,
Sem fazer nada,
Mesmo que infantil
Mesmo que ingênua
Palavras são...
Nem sei bem o que são,
Mas sei que estão aqui,Escondidas dessa grande maioria
domingo, 27 de dezembro de 2009
..
Só aprendi a dizer oi
Queria te falar que tudo vai ficar bem
Mas não sei dizer
Mesmo que soubesse que no final não tinha jeito
Que era mesmo impossível
Não posso dizer tchau
Só aprendi a dizer oi
Mesmo sabendo que tudo é melhor assim
Mesmo desejando lá no fundo
Que você pegue á estrada
E descubra a vida na liberdade
Nos seus caminhos
Não posso dizer tchau
Se o amor existe
E eu acredito ...
Ele só enxerga o bem
E acima de te querer aqui
Te quero feliz
Que seja em outro lugar
Bem longe
Sempre quis pouco
Mas desse pouco nunca abri mão
Nunca disse tchau
Só aprendi a dar boas vindas
Se alguém ia embora
Esse alguém era eu
Não vou chorar
Sou desses espíritos pequenos
Que tem vergonha dos sentimentos
Mais medo que vergonha é verdade
Mas você vai embora
E algumas coisas não têm previsão
Foi um susto difícil
Como se fosse uma criança
Que ganha um presente esperado
E depois tem que devolver...
Já gostava de você muito antes
Sem nem mesmo te conhecer
Mas você vai embora
E eu não sei dizer tchau
Aprendi a fechar os olhos
Respirar bem fundo
Com calma
Agüentar firme
Abrir um sorriso
Segurar não sei bem onde
Porque mesmo que dessa vez
Ninguém se apóie em mim
Meus pés precisarão estar colados
Não posso dizer tchau
Não vou chorar
Meus olhos têm cor de fogo
E as lagrimas ô poderiam apagar...
Não repare nos meus erros
Mas mal aprendi a escrever
E não entendo muito das regras
Nunca fui disso
Não repare no texto comprido
Todo junto sem separar
Mas é que não saberia
Colocar aqui uma lógica
Espero que sirva pelo menos pra você rir um pouco
Das todas essas besteiras
De tudo que falei
Mais de mim que de você
Sou mesmo egoísta
E alguns defeitos são difíceis de mudar
Mas só quero que tenha certeza
Que falar de mim
De não querer dar tchau
É o melhor jeito de dizer
O quanto eu torço
O quanto eu quero
O quanto eu desejo
Algo infinito
Impossível de definir
De felicidade e amor
E é claro sucesso
Que nunca caminharia separado
Fosse você o que fosse
Estaria sempre o sucesso presente
Mas é o que menos importa
Meu maior desejo
É só que você encontre amigos
Pessoas pra se apoiar
E que saiba em quem confiar
Sua alma é grande
Pode não desconfiar
Mas não se preocupe tanto
Nunca estará sozinha
Um anjo te acompanha
E disso não tenho dúvidas
Já escrevi demais
Não mandei uma carta
Minha cabeça não funciona assim
Era só pra dizer...
Aquilo que não vou falar
Sobre o tchau...
Não dizer é um pouco
Como continuar acreditando
Que você não estará longe daqui
Só pra terminar
Esteja eu onde estiver
Comigo sempre poderá contar
Sou como um herói às avessas
Cheio de erros e defeitos
Mas no final de algum jeito...
Estarei lá pra ajudar
Pra dar um sorriso e falar que tudo vai ficar bem
Porque embora o não apareça muito aqui
Gosto mais do sim
Do seu jeito assim
De se sentar no chão
De gostar de cálculo
E entender aquilo tudo
Que acho indecifrável
Colocando as coisas como elas são
Na sua completa exatidão
Exatidão de tudo
De caráter e até de emoção
Acho mesmo que já gostava de você
Antes mesmo de te conhecer
x)
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
.
E você não sabia se era á mesma
Quando se fecharam os sonhos
Perdidos nas noites em branco
Lutando pelas mentiras nos filmes
Querendo acreditar em qualquer coisa
Pra poder pensar em algo diferente
Quando tudo parecia estar quebrado
Nada fazia diferença
Você esperou o vento que não chegava
Pensando que ele pudesse trazer de volta
Algo que foi levado para muito longe
Foi um para sempre que não aconteceu
Ficou nas promessas de uma crença eterna
Desesperou-se nos primeiros dias
Sem saber que o para sempre acontece renascendo
Não deixou que as cinzas acontecessem por si mesmas
Elas não puderam fazer crescer o primeiro galho
Quis que nada mudasse
Enquanto se apodrecia por dentro
Quando tudo parecia estar quebrado
Nada fazia diferença
E você não sabia se era a mesma
Sem acreditar morriam seus sonhos
Os caminhos sempre têm uma curva
E foi a hora certa
De enxergar qualquer coisa diferente
Esquecer um horizonte sem saída
Podendo ir por outra vertente
Olhando para os lados
Há um barco no lago
Uma travessia que não se prende ao chão
Sem precisar sentir a poeira da terra
O vento só leva o que não pertence aos lugares
Organizando a ordem natural
O que está quebrado se recompõe
Basta que se deixe acontecer
Renascendo todos os dias
Um ciclo maior
De incêndio e navegações
Que destroem embarcações
Ou levam homens ao desconhecido
Deixando nas praias novas esperanças
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Como se..
Como se lesse em minha mente
Tudo o que quero pensar
Como se estivesse um passo a frente
Tudo que preciso
Como se fosse meu maior presente
Quando não acreditei e tive medo
Você me abriu um sorriso
Como se tivesse minhas chaves
Você conhece meus segredos
Decifrou os meus sonhos
Entendeu minha alma
Te chamei de bruxa
Por não conseguir te esquecer
Como se a culpa fosse sua
Coloquei as mãos na cabeça
Para segurar os pensamentos
Mas o sangue corria frio
Perdi as minhas chaves
Não me entendi
Mergulhei nos meus enigmas
Como se me faltasse algo
Se ninguém decifra meus segredos
Me devoro
Sinto o gosto de sal
De suor e lagrima
Esfinge de areia
Que se desfaz no vento
Como se só você pudesse me salvar do deserto
Sem nada por perto
Um longo caminho
Esfregando o suor no rosto
Descobrindo com desgosto
O que você entende só de ver
As respostas lhe são fáceis
Como se fosse um anjo
Que me deixou a deriva
No mar seco
Só para aprender a te ver
Sem tentar entender
O que eu sempre soube
Mas tive medo de saber
Porque você é
Exatamente o que os sonhos sabem
E os pensamentos escondem
O que os homens comuns
Nunca poderão compreender
Como se você fosse
Exatamente como você é..!
Nosso heroi
Foi andando nosso herói
Sem muitas virtudes
Foi andando nosso herói
Dando jeito em tudo
Conquistando os passantes
Foi largando seu erro primeiro
E se aprimorando
O nosso herói
As regras não lhe eram simpáticas
Aprendeu a se virar sozinho
Não prestava contas
O nosso herói
Inocente em suas culpas
Não sabia o que fazia
Arranjou protetores
Venceu detratores
Nada lhe parecia difícil
Em todo momento uma alegria
A cada dia
A cada dia que vencia
Ia vencendo muito
Uma aposta no acaso
Promessa de fracasso
Nosso herói resistia
Sem orientação
Um vento o levava
Como uma folha que caia
Nosso herói não sabia
Mas ele resistia
Vencia, vencia
Com alegria
Mãos estendidas
Encontrava
Como quem procurava
Como quem pedia
Pra não ficar sozinho
Pra não ver o escuro
Nosso herói,
Ah o nosso herói,
Aprendeu a não ter direção
Selvagem de criação
Sem certo ou errado
Sempre sorrindo
Pra quem não espera nada
Tudo é uma grande conquista
Sem perspectiva
Ele só vivia
Dando um jeito atento
Selvagem de sentimento
Pensamento inocente, incoerente..
Tendo pecado por nascimento
A culpa não era bem sua,
Ele não queria, não queria...
Mas nosso herói é assim
Erro de um deslize
Filho do mundo
Um pouco de sorte e coragem
Camaradagem
Corações atentos
Não o deixarão...
Sedento, sedento..
Nosso herói
Nosso exemplo
Pouco a pouco
Feche os olhos
Queria cantar uma musica
Comprei um violão
Mas precisava também de um piano
E talvez um baixo
Não seria fácil
E depois de muito ensaiar
Não poderia fazer tudo sozinho
Só eu pra você agora
Uma musica bem fechada
Bem ensaiada
Sem precisar de mais nada
Feche os olhos
E tente se desligar
De tudo que é comum
E é normal
Então os sons virão
Pouco a pouco
Como em uma canção
Sem se afastar
Os sons virão
E pouco a pouco
Te levarão
Nas suas asas
Em ondas
Para outro lugar
Bem longe
Mais que a distancia
Das luzes se apagando
Em pequenas estrelas
Que cortam o céu
Formigas
Que possa fazer perder a noite
Se não entendemos os motivos
Há uma teia
Envolvendo todas as coisas
Para salvar o que não resiste
E destruir o que não se curva
Da resistência nascem as forças
E se criam as coisas
E não há nada que quebre a corrente
Cada pequena parte
Se juntando com toda a força
É a resistência
O que não se quebra
O que faz nascer à noite
Cantando baixo, seus hinos pelas sombras
Os motivos são aqueles outros
Os mesmos...
Das idéias dos gigantes
Esmagarem as almas de formigas
A resistência nasce com a noite
Com o a cor escura do conhecimento
Com o amor pelo que não se enxerga
Quem tem medo adormece
E acorda formiga
Diminuto em seus desejos
Tentando quebrar a corrente
De gigantes que perambulam no desconhecido
Aterrorizando pensamentos
Rindo nas noites
Resistindo a toda luz que cega
Coordenando um caminho
São nômades que traçam suas rotas
Desbravando seus temores
Enquanto formigas criam colônias e estradas
Feche os olhos
Queria cantar uma musica
Comprei um violão
Mas precisava também de um piano
E talvez um baixo
Não seria fácil
E depois de muito ensaiar
Não poderia fazer tudo sozinho
Só eu pra você agora
Uma musica bem fechada
Bem ensaiada
Sem precisar de mais nada
Feche os olhos
E tente se desligar
De tudo que é comum
E é normal
Então os sons virão
Pouco a pouco
Como em uma canção
Sem se afastar
Feche os olhos e os sons virão
As luzes se apagando
E pouco a pouco
Te levarão
Nas suas asas
Em ondas
Para outro lugar
Bem longe
Mais que a distancia
Das luzes se apagando
Pra onde ?
Dias de chuva e cansaço
Vejo todas essas pessoas sozinhas
Pra onde elas vão ?
Caminham nas calçadas
Debaixo do guarda chuva
Vendo os pingos caírem do céu
A tarde vai chegando
O dia acabando
E da janela de casa
Os pingos continuam a cair
Em uma brisa úmida
De onde elas vem ¿
Eu olho todas essas pessoas sozinhas
Quem elas são ¿
Na janela de suas casas
Esperando por algo distante
Todas essas pessoas
Sozinhas em mentes cansadas
Perigosas
Levam barcos
Comandam exércitos
Provocam guerras
Palavras perigosas
Nunca deveriam ser ditas
Bocas malditas
O que os homens nunca poderão saber
O que os homens não sabem
O entendimento que não pode ser desfeito
Palavras perigosas
Verdades que não podem ser ditas
Comandam rebeldes
Incitam revoltas
Começam a revolução
Palavras perigosas
Cortam o fraco fio da ligação
Destroem teias
Desmoronam impérios
Palavras obedecem a critérios
O não dito mantém o controle
Organiza os povos
Desumaniza os homens
Por isso toda paz
Tem enfim
Um pouco de medo e silencio
Na parede
A goteira pingando da infiltração
A torneira que não fecha
O prédio velho
Range as vezes
O caminhão de lixo que passa
Quatro horas
No fundo da sua retina
Nada existe
Nada existe
A aranha faz sua teia
A goteira alaga o chão
Seus pés se molhando
Imóvel olhando o nada
Quatro e quinze
Sem barulho na rua
Um carro passa com som alto
Quatro e vinte
A teia terminada
Uma só luz ligada
Seus pés não sentem o frio
Quatro e meia
Levanta
Caminha até o armário
Completa o copo
Bebe de uma vez
Quatro e trinta e cinco
Sai pela porta
Á aranha descansa na teia
A goteira aumenta
O barulho da chuva
Sem trovões
A rua deserta
Pega o elevador
Vai para o décimo oitavo
Caminha até a janela
Nenhum barulho no décimo oitavo
O prédio não range
Só a chuva que cai sem trovões
Senta na janela
Inclina o corpo
Cai
Dezoito andares
A luz ficou ligada
A goteira inundou tudo
A chuva levou o sangue que escorreu na calçada
Uma pessoa ouviu o barulho
Pensou que fosse uma batida
Voltou para a internet
A aranha continuou com a teia
A goteira diminui
Quatro e cinqüenta
Cinco horas
Cinco e meia
Um homem achou o corpo
Curiosos se juntaram
Seis e meia
Entraram no apartamento
A aranha tranqüila
Boatos por todos os lados
Sete horas
Reviraram o apartamento
A goteira acaba
Oito horas
Após muita procura não acharam nada
Nenhum bilhete, nada..
Colocaram a culpa na bebida
Nove horas
A família não veio
Muito barulho
Muitas sirenes
O policial antes de sair
Vê a aranha
Destrói a teia
Nove e um
O policial
Pisa na aranha
Tranca a porta
A aranha morre
Ela que não teve culpa!
Das coisas
Passado presente
Esquecido
Vem de uma vez
Passado esquecido
Nunca existiu
Nessa confusão
Não vejo você
Pra onde vai ¿
Não vejo você
Passado presente
Contente em lembrar
Coisas pequenas
Um jeito de sentar
Um sotaque ao falar
Coisas pequenas
Contente em lembrar
Nunca existiu
Nunca existiu
Essa confusão
Não fui eu quem criou
Passado presente
De longe se mostra
No reflexo ausente
De tudo que se espera
Mas não se entende
Me sinto tão só
Passado presente
Um ano atrás
É o mesmo de um ano atrás
Chove novamente
É o mesmo de um ano atrás
Nada parece ter mudado
Demos uma volta completa
É o ponto de partida
Depois de te encontrar
De jurar a eternidade
Como essa planície sem fim
Agora de volta
Nessa mesma pedra
Parece que nem nós conhecemos
Sem volta
Passei por você esses dias
Fingiu não me conhecer
Fingi não te ver
O que bate aqui
É o mesmo de um ano atrás
Vejo muito alem
Sinto te encontrar
Como quando nem te conhecia
E mais uma vez
Vamos trair nossa razão
E nos deixar guiar
Daqui a um ano
Como as coisas vão estar ?
No meu lugar
Esqueci do mundo
Não tive medo
A chuva caiu
Levou o tempo seco
Os ventos sopraram pela janela
Só vi o quadrado da janela
A terra que a água levou do jardim
O vento que derrubou as folhas
No meu lugar
Nada foi preciso
pressão
Pra cabeça agüentar
Sob pressão
As veias são vias
O sangue corre dilatado
Sob pressão
Olhos vermelhos
Arregalados de não dormir
Três dias e três noites
Sob pressão
Café todo tempo
Mãos tremendo
Sorriso histérico
Sem sono
Pra cabeça agüentar
Três dias
Só mais três dias
Antes que as veias estourem
Que o sorriso enlouqueça
Ou que o café acabe
Fugitivo
Ando com disfarces
Entro e desapareço
Não sou percebido
Sou o fugitivo
Apago meus rastros
Não ligo pra ninguém
Sou o fugitivo
Como uma chama
Ascende e apaga
Não deixei vestígios
Sou o fugitivo
Pensei em tudo
Sumi no ar
Nunca estive aqui
Espíritos tristes
Uma mulher gritou a noite inteira
Dois caras se bateram até a morte
Um casal se separou
Um jovem levou treze facadas
Uma criança nasceu
As nuvens tamparam o céu
Começo do feriado
Finados
Os espíritos tristes corriam as casas
Abatiam com a luz pesada
Tarde de sangue
Noite de agonia
Os espíritos tristes
Deixaram loucura pelos cantos
Tristeza sem explicação
Ódio incomum
As nuvens tamparam o céu
Para que nada fosse visto
Ocultando toda luz e direção dos astros
Sem lugar e sem brilho
A noite enlouquecia
Os espíritos tristes faziam suas vítimas
Se projetavam em corpos cansados
Em mentes atordoadas
A lua cheia só apareceu de madrugada
Os cachorros uivaram então
Aos poucos o sol foi chegando
Tudo se organizando
A criança chorava
Trazendo alguma alegria
Da ressaca
Da noite daquele dia
Sem fim
Dançavam a melodia calma
Interminável
Aquilo não acabava
Como se em um movimento eterno
As batidas tranqüilas
Repetidas atormentavam
Aquela mansidão
Os passos sem fim
Sorrisos melancólicos
O salão enfeitiçado
O homem no violão
Em duas notas
Intermináveis
Pessoas sentadas
Atravessavam um olhar muito alem
Desligavam-se dali
A garoa caia aos poucos
Nem os copos se quebravam
Três crianças não choravam
Estavam limpas até agora
Melodia interminável
Festa sem fim
Preço
Quantos são seus sonhos
O que ela precisa
Vale tão pouco
Ou vale muito
Se tudo tem seu preço
Há aquelas que não valem nada
Tudo que não tem preço
Não vale nada
A maioria vale alguma coisa
Umas custam caro
Outras roupas e sapatos
Quem não tem seu preço
Sucumbi na exclusão
Morre na desilusão
Na bala de uma emboscada
Mas livre vive no entanto
Experimentando o vento
Nas asas do que não é permitido
Pensamentos
Senhores de si
Os livres são poucos
São alegres ou tristes
O meio do caminho não existe
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Escritos inuteis
Pra satisfazer
Não sei o que
Não matam minha fome
Fome mesmo
Essa fome de verdade
Que só pode ser de amor
Escritos inúteis
Ficam guardados em uma caixa
Mapeiam as fraquezas
Deixam á mostra toda fragilidade
Escritos inúteis
Tomam meu tempo
Minha dedicação
Me fazem lembrar
O que quero esquecer
Escritos inúteis
Que ninguém merece
Desmerecedores de credito
Quando são bons
São raros
Quando finalmente saem
Saem a um alto custo
Pintados com as piores dores
E mesmo assim
Com as piores dores
Eles são inúteis
São ridículos
São do tamanho de qualquer coisa comum
Banal
Escritos inúteis
O que ninguém precisa saber
Sobre mim ou qualquer outra coisa
Ousado que sou
Mal arrumado e desorganizado
Escrevo não sei para que
Cometo um ultraje
Maltrato a língua
Chamo de poema
Quem sabe algum dia
Alguém me perdoe
A culpa não foi minha
Eu só tentei
Falar um pouco comigo
De casa em casa
Andei de rua em rua
Bati na porta das casas
Anunciei nos jornais
Não te encontrei
Observei o céu todas às noites
Pensei se você estava lá
Talvez perto do cruzeiro do sul
Como em uma lenda indígena
Pessoas viravam estrelas
Rodei pelas rodovias na madrugada
Não te encontrei
Onde estará você
Preciso te encontrar
De tanto procurar
Me perdi em algum lugar
Cãofiança
Lealdade, lealdade..
Por onde andam..
Cãofiança, cãofiança..
Amizade, amizade..
Compre um cachorro e conte segredos
Dê um osso a um homem
Compre ô com carne
Saberá de tudo
O cão.. o cão apenas escutará
Cãofiança, cãofiança..
Alimenta-se com lealdade
Confiança, confiança...
Figuras
Talvez devêssemos começar do inicio
Trabalhar figuras não foi tão simples
Toda realidade é um pouco de fantasia
Foi o que vimos
Ninguém esperou nossa chegada
E fomos mesmo assim
E se começar de novo for preciso
Estaremos logo pela manha
Com as malas prontas
Uma fotografia falou o que não existe
Um sonho mostrou o caminho
Te esperei na jangada
O rio era mais longo
Poderia ter atravessado nadando
Te esperei na jangada
Questões silenciosas
Em volta do barco
Nós afogamos lá dentro
Esfriei a cabeça na água
Ninguém disse que ia ser fácil
Andando em círculos
A trajetória continuou
Uniforme e invariável
Vi o mundo enquanto rodava
Eles riam da nossa música
Caímos na água
Não esperavam nossa chegada
No fundo do rio
Alguém disse que ainda não era hora
As pedras se moveram
Os peixes parados observaram
A fotografia caiu do bolso
Despedaçou-se em mil pedaços
Com ela a lembrança
Vou recomeçar
Se um pedaço eu achar
Trago de volta
Parte da foto
Que já não tinha cor
Parte do sonho que acordou
Um pesadelo
Em que tudo se afastava
No meio de uma plataforma
Cercado pelo oceano
Nem os pássaros cantavam
Vi de longe
Um barco pequeno
Foi chegando perto
Quando finalmente alcançou a plataforma
Vi todos no barco
Davam uma festa na barca, agora enorme
Pedi para entrar
Implorei a todos
E me disseram que estava cheio
Que eu ficasse na plataforma
Não me preocupasse com nada
O barco foi se afastando
Deram-me adeus
Mandaram beijos
Disseram que me amavam
Acordei e vi água por todos os lados
Pra voce
Pra nunca se esquecer
Mesmo que os dias passem
E que eu não esteja mais aqui
Terá essa musica pra não se esquecer
As arvores estão de testemunha
E tudo que me circunda
Mesmo que esteja longe
Você ira se lembrar
Eu fiz essa musica pra você
Só espero que algum dia
Possa ler e se lembrar
Porque eu nunca.. Nunca vou me esquecer
De uma só vez
Coisas simples
Queria falar de uma só vez
Eu te amo
Mas não vou fazer
Vou fingir que não me importo
Vou pisar forte
Assim cruel
Queria gritar na porta da sua casa
Coisas simples
Queria dizer de uma só vez
Mas não vou fazer
Vou fingir que não me importo
Estarei longe
De quem tem culpa
Olhou com a cara
De quem se esconde
Olhou com a feição
De quem se justifica
Não te culpei
Nem perguntei nada
Sei que tem a resposta pronta
Ponta da língua
Em um só impulso
Olhei com os olhos
De quem perdeu alguém
Olhei com a cara
De desesperança
Olhei com a feição
De quem não quer acreditar
Sabemos de tudo
O mistério é só a ilusão
Eu finjo bem
Você nem sempre
Afastando aos poucos
Sem causar impacto
Logo estarei longe
Não saberá onde tudo acabou
Colocará a culpa no tempo
Mas foi um dia e nada mais
Um ponto de cisão
Um olhar
Só o que foi suficiente
Nunca valeu a pena uma discussão
sábado, 24 de outubro de 2009
Sem fronteiras
Treinávamos não ter medo
Nos não temos medo!
Eu escrevo poemas...
O que aconteceu ?
Nossa coragem é agora desnecessária
Nossas músicas agora são paradas
Incendiamos uma casa
Pulamos de todas as arvores
Invadíamos qualquer lugar
Tomávamos banho escondido nas piscinas
Quebrávamos vidraças pelo gosto de ver o estilhaço
Nosso limite era o infinito
Vivíamos a margem
Talvez fossemos marginais
E isso era divertido
Nossa revolta sem saber motivos certos
Não sei se foram os sustos
Uma batida
Uma quase capotagem
Uma quase detenção
Ficamos no quase
Deus gosta da gente
Tivemos sorte sempre
Éramos os melhores
E acredito que ainda somos
Talvez os anjos nós tenham acordado
Ou tenhamos crescido mesmo
Mas embora muita coisa tenha mudado
Ainda permaneço o mesmo
Ainda gosto de Maquiavel
“bom com os amigos..
cruel com os inimigos..
infiel a todos os outros”
Viver ainda é um pouco como guerrear
É meu amigo,
Você também não mudou muito
Ainda somos poucos
E nossa virtude
A maior de todas elas
Que perdoa todos os pecados
Você ainda possui
Não esquecemos quem somos
Não esquecemos da onde viemos
E a quem devemos nossas dividas de sangue
Fidelidade e confiança
Ando por procurar alguma profissão divertida
E talvez um amor desses que valha a pena
Só encontrados naqueles olhos que sabemos identificar tão bem
Os espelhos de tudo que acreditamos
O amor que une tudo
Que quer dizer toda a virtude existente
Traduzido em mil palavras
Amor só tem um sinônimo
Verdade...
Por mais que nossas vidas mudem
Por mais que elas melhorem
Por mais que estejamos agora próximos do que queríamos ser
A ideia final é sempre voltar ao ponto de partida
Essa classe média é muito pobre
O que temos de mais valioso não podemos perder
Somos como piratas que visitam uma terra distante
Chegamos, observamos tudo que há de melhor,
Levamos embora
De volta pra os campos em que andávamos descalços
Lá temos a plenitude
Aos nossos filhos
Futura geração dos nossos sonhos
Só espero que tenham o mundo inteiro como tivemos
Que tenham ainda mais
Que não precisem sofrer tanto por coisas inúteis
E que sofram muito...
Muito mesmo pelas úteis
Para que elas nunca percam seu valor
Somos os piratas
Somos os rebeldes
Por mais que estejamos quietos
Sabemos quem somos
E não nos misturamos
Poucos que restaram de um outro tempo
De uma outra compreensão
De uma outra lei
Somos a lei do nosso mundo
Conquistaremos o que for possível
Faremos de tudo
Para voltar para casa
Como quem traz a cabeça do inimigo a segurando pelos cabelos
Talvez na caminhada
Encontremos alguém
Algum desgarrado
Um dos nossos
Digno de confiança
Enxergaremos nos olhos
E nos sonhos
Andando descalço
Trepando nas arvores como macaco
Subvertendo toda a lógica
E já tendo escrito muito
Preciso dormir
As coisas não estão fáceis
A quem muito recebe
Muito será cobrado
Recebemos toda a felicidade do mundo
Por isso somos tão cobrados
Pagamos com o suor do dia-a-dia
Não sabemos vencer de outro jeito
E á quem ler esse poema ou esse tratado
Chamem como preferir
Que achem o que quiserem
Nós não provamos nada que não seja para nós mesmos
Todo povo tem sua nação
Somos a nossa nação
Nosso território não tem fronteiras
A lua amarela
A lua amarela
Não brilha tanto
Dias tão escuros
A lua amarela
Entra no lago
Alcança as extremidades
A lua amarela é outra
Se lembra daquela noite
A lua amarela era como o sol
Caminhávamos a noite sem tropeçar
O que aconteceu
O que aconteceu
Nadamos no lago
Que a lua cobria
Ela entra no lago de novo
Mas não brilha tanto
O lago é outro
A lua amarela vai ficando cinza
Contemplando o silencio da noite
Gritávamos muito
Falávamos alto
Mas agora é só o silencio
A lua ficou cinza
O lago escureceu
Algo morreu
Se um dia eu..
Se um dia eu morrer
Não me coloquem junto dos outros
Não me ponham nos jardins da morte
Se um dia eu morrer
Vou querer vida
Vou querer o sol e a chuva
A alegria e a tristeza
Agitação e calmaria
Em um lugar que flui
Transforma-se todos os dias
Não me ponham em jardins imutáveis
Em casas de cimento
Em recintos de plenitude
A vida não é plena nem uniforme
Quando eu morrer eu quero vida
Coloquem-me então em um vale
Não cavem muito fundo
Não me ponham em uma caixa lacrada
Eu quero vida
Plantem uma arvore perto
Dessas que duram cem anos
Dessas que dão frutos
Que atraem pássaros
Não ponham placas
Se esqueçam do lugar
Façam uma festa
Que ela dure três dias
Meu corpo sempre feliz
Tenciona os músculos da face
Procura alimentar a vida
Alegra-se no fluir
E tendo vindo do pó
Ao pó quer retornar
Adubo para as plantas
Alimento para os vermes
Contemplando a harmonia de todo um vale
Que não morre nunca
Um outro poema
É uma mesma musica
Para um outro poema
Pare de chorar no seu coração
Deixe que as lágrimas caiam
Deixe que escorram pelo nariz
Que cheguem na boca
Sentindo o gosto de sal
Sinta lágrimas em seus lábios
Se cale em seu sorriso
Se quer mesmo é chorar
Chore uma noite inteira
Amanheça com os olhos vermelhos
Pare de chorar em seu coração
É uma mesma música
Para um outro poema
Face a face
Um cover
Face a face
Usando alguém
Alguém como você
Tocando algo do passado
Um cover
Fazendo você saber
Alguém como eu
Qualquer pessoa
Todos prontos
Falando na rua
Quebrando garrafas no asfalto
Falando da lua
Rimas sem esperança
Rimas sem graça
Alguém como eu
Algo do passado
Um cover
Pra você saber
Amanha pra se esquecer
Alguém como eu
Alguém como você
Quebrando garrafas na rua
Falando da lua
No meio da esquina
Entre um astro e outro
Tocando um cover
Algo do passado
Entre uma e outra estrela
As constelações têm poeira
Os moveis da sua casa
Os tapetes da minha
Veja o céu
Somos grãos de poeira
Amanha pra se esquecer
Um brilho como o seu
Usando alguém
Qualquer um
Todos prontos
No meio da rua
Alguém como eu
Fazendo você saber
Um cover do passado
Essa noite ontem
Um cover de amanha
sábado, 17 de outubro de 2009
Alma fracionada
Montando em um quebra cabeça obscuro
É sempre uma surpresa
Muito mais do que o esperado
Para que se conheça toda ela
Se esconde em infinitos lugares
Se diz forte e assusta com a sombra
Cria ilusões de ótica
Um caminho sinuoso
Teme ser encontrada
Um sábio a dividiu em infinitas partes
Em todos os cantos em todos os lugares
O quebra cabeça obscuro
Tem sentido para quem é permitido enxergar
Os demais são os cegos que nunca poderão ver
Os homens não sabem compreender
Temem o desconhecido
Destroem o desconhecido
Cultuam o imcompreensível
O sem razão de ser
A quem encontrar os pedaços
O premio de se ter o que nunca se imaginou
Mais do que qualquer coisa
A que tudo se supera
O que não se espera
Os pontos fracionados de uma alma
Um entre milhões
Segredos bem guardados
Que se mostram no tempo e na gratidão
Todo o entendimento
Escutando vozes do que nunca se saberá o que é
Só entende quem procura
Os pontos fracionados de uma alma
Sanidade
Quanto te falar de sanidade
É no que eu e você precisamos acreditar
Uma prosperidade tão a favor
Um cidadão de bem
Esperei o trem
Sai no meio do dia
Fui a plataforma
Esperei o trem
Um cidadão de bem
Uma prosperidade tão a favor
Te falei dos meus projetos
Dos planos abertos
Cinema final de semana
É no que eu e você precisamos acreditar
Pra não se assustar
Pra não se magoar
Essa é a historia que ninguém contou
Peguei mesmo o trem
Sem saber bem
O que é que tem
Depois de algo alem
Daqui a algum tempo
Recuperado volto
Bem preparado
Cidadão de bem
Cabelo cortado
Retransformado
Quando te falar de sanidade
Escute bem
É no que eu e você precisamos acreditar
Cinema no final de cinema
Morte no final de semana
O gato
Passando nas ruas cheias
Distraída na multidão
Olhando para o chão
Sai bem cedo
Volta a noite
Senta na cadeira
Brinca com o gato
Liga a tv e adormece desmaiada
Você se esconde nas paredes
Passando nas ruas cheias
Distraída...
Só passa...
Pensando em algo vão
Come qualquer coisa no caminho
Pede um café
Conversa com uma colega de repartição
De repetição
De beber café
Você não é você não
Volta pra casa
Enforca o gato, amante de solidão.
Você não é você não
Faz a mala
Pouca coisa
Deixa o passado
Poe fogo no apartamento
Desce tranqüila as escadas.
Corre na contramão
A avenida esta vazia
Não pensa em nada não
Noite quente e colorida
A ultima em uma boate qualquer
Ouvindo uma musica de um tempo que passou
Tempo que volta
Pega as malas ao amanhecer diferente
Foi a ultima noite na cidade da solidão
Pobre de mim
Ganhou meus aplausos
Arrancou meu sorriso
E nunca..
Nunca saberá se o mérito é mesmo seu
Se gosto de samba é novidade
Já não sei bem
Se é o samba ou se é ela
Não se separa das batidas
Ela sem samba não existe
Ela sem samba não é feliz
Pobre do samba
Nunca saberá se o mérito é mesmo seu
Sua batida é amor
Seu amor é felicidade
Pobre de mim
Que sem ela não vivo
Que divido com o samba
Compartilhando seu amor
Nunca saberei
Se é pra dança ou pra mim
Pobre de nós
Eu e o samba
Sem ela as batidas são sem graça
O samba morre
E eu me torno infeliz
Metade
Sou metade do mundo
Ando sozinho
Sou o vento
Fecho os olhos e sou o infinito
Corro para onde eu sou
Parte dos lugares
Reviro a alma
Participo como quem nunca vai embora
Acordo no dia seguinte
Face destampada
Mundo inteiro
Estrada lotada
Fronteiras fechadas
Vou embora
Não sou lugar algum
Eu nem sou daqui
É, acho que nem sou daqui!
Me irrita
Quando alguém quer saber mais de mim do que eu mesmo
Quando sabem o que devo ou não fazer
Do que devo ou não gostar
Não façam comparações
Ninguém é nem nunca vai ser igual
Ninguém viveu ou vai viver a mesma coisa
Não me diga eu te conheço
Não quero ser e não sou
Não me conheço e não quero que conheçam
Se digo muitos nãos é porque barreiras foram ultrapassadas
Vamos ser felizes
Sem definições
Sem certezas
Vamos esperar a surpresa brotar de nós mesmos
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Codigos
Custa caro
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Até quando
O homem barata.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Só o amor entende
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Fresta
..
quero a vitória de um tempo que ainda não chegou
quero a coragem de meus antepassados
quero o amor sempre a meu favor
meu povo tem esperança
de receber de volta
só o que era seu
domingo, 12 de julho de 2009
Portas
sábado, 4 de julho de 2009
Um ano inteiro
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Os livros que leio
sábado, 27 de junho de 2009
Meu mundo é castanho
sábado, 20 de junho de 2009
Eu sei
Não diria desse texto algo meu
Mas diria desse texto apenas uma explicação..
terça-feira, 16 de junho de 2009
Escondi minhas palavras
Quero que minhas palavras sejam sombras
Só falarei de amenidades
De coisas externas
Não é isso que fazem os homens comuns ?
Os que tem medo de expor sua alma ?
Pois então é isso..
Não sei se expus minha alma
Ficaria feliz e consternado ao mesmo tempo se o fizesse
Mais consternado do que feliz
Por isso minhas palavras serão sombras
Pois sou um homem comum
Quero viver como um homem comum
Quero prazeres Comuns
Um filho e um cachorro
Como em um comercial de margarina
Como diria Zeca Baleiro
No medo de Deus se faz a religião
No medo dos homens se constitui a moral
Tenho medo dos homens
Não sabem distinguir
Moral e Moralismo
Por isso vou esconder
Cair na mediocridade
Pois assim se vive muito tempo
Boa escrita nenhuma vale a revelação de um segredo
E quando se escreve por mais que se tente
Segredos são revelados
Quero meus segredos comigo
Poupo ao mundo o que me é mais visceral
Pois não há merecimento na verdade
E depois ?
E depois que os amores passarem ?
E a paixão esfriar ?
Os poemas ainda estarão vivos
Os poemas serão eternos
Mas os sentimentos são voláteis
E são poucas aquelas que merecem a eternidade
Amigos comuns
Desejos comuns
Mulheres comuns
A felicidade é comum
A reflexão é incomum
E toda reflexão leva a tristeza
Se não levou
É por que ficou na superficialidade
Agora vivo a superfície
Agora vivo a aparência
Abdiquei do meu velho universo
E procuro as sombras
Aqui fica meu refugio
Para que das sombras
Eu seja apenas um observador participante
Sabendo tudo sobre os que me cercam
Mas não deixando nunca
Que saibam algo sobre mim
Como Dorian Gray escondia seu retrato
Escondo minha ilha
Escondo minhas ruas
E por mais que minha alma se torne grotesca e assustada
Ninguém poderá vê lá
Pois aqui se encontra
Não diria desse texto um poema
Não diria desse texto uma confissão
Não diria desse texto algo meu
Mas diria desse texto apenas uma explicação
Pois á quem não acredite que existam pessoas que escrevam só para si
Eu escrevo
E de sobre aviso já digo
É de livre e espontânea decisão passear por meus textos
É de livre e espontânea decisão conhecer as atrocidades que escondo
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Just in the wind
terça-feira, 2 de junho de 2009
É cego o que se esconde!
domingo, 31 de maio de 2009
Atenção
Podia contar
Podia somar
E chegar a um resultado
Descobrir quantas horas e minutos
Dias e semanas
Meses e anos
Perdem-se em coisas
Que não mereceriam
Nem por um segundo
Um pouco de atenção
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Escuro
domingo, 24 de maio de 2009
Uma volta
Quando penso
O quanto posso ou não
É tão maior
Uma volta
O mundo muda
Amanha o sol nasce diferente
Então escute
São notas
Uma mentira
De quem nunca te enganou
São notas
Que fazem acreditar
Nada alem
Tem uma ordem eu sei
Mas só escute
Nada mais
É só isso
Posso te dar só o que tenho
Enxergue o som
É tudo o que tenho
Meus pés colados
Tento e tento
Presto atenção
Corro atrás
Não fiquei parado
Qual problema então
Qual problema das palavras
Suas formas e seus acentos
Não funcionam
Meu texto pobre e coloquial
Talvez seja assim e pronto
Coloquial demais
Pouco lustrado
Não sei outra forma
Não sei esconder
Quando falo e escrevo
Minha alma esta ali
Podia ser diferente
Poderia ser outra coisa
Mas meus pés colados
Vem do chão
Por mais que use sapatos
Meus pés colados
Vem do chão
sábado, 23 de maio de 2009
Já não volto
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Vinte minutos
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Stop Crying your heart out
começar de novo
é só o que eu queria
poder te ver na rua hoje
como se nunca tivesemos nos visto
como se fosse o primeiro olhar
eu te daria um oi
te chamaria pra comer
e não te deixaria ir embora jamais
te veria na rua
e nem imaginaria
o que nunca teria acontecido
talvez você pense
que eu até poderia
te deixar passar despercebida
mas eu sei
é eu sei
que isso não aconteceria
como no primeiro dia
em que não te deixei passar
e nem imaginava tudo que estava por vir
e talvez
pudesse ser diferente
como num filme
em que tudo termina bem
como um efeito borboleta as avessas
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Garbage
escutar Garbage
ler alucinar e ver
apegado a nada
trilha transpoiting
é só mais uma vez
é só agora
Sem nada mais
So pra escutar
ler e correr
estar fora daqui
um jogo
diferente hilariante
eu jogo com as coisas
sem poder nem sempre
nem sempre ganhar
nada mais
eu penso e sou paranóico
penso parar o tempo
existir aparte
o que posso fazer
paralelo por alguns segundos
segurando com os dentes
dependurado em uma sacada
pra ver qual é o extremo
até onde posso ir
sair de tudo
voltar acordado
num balde de gelo
surtando
recomeçando ligado
é toda adrenalina
que faz acordar
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Banal x)
Sabe é aquela hora
Dá aquele frio batido
De que todo mundo fala
Quase trava o peito
Demorei a entender
É o símbolo do amor
O coração porque ele gela
Esse poema batido
Escrevo pra constar
Eu estava errado
Os sentimentos
Não estão na cabeça
Estão num músculo
Funcionando
Involuntariamente
E sabe
Não se pode
Não se pode mesmo controlar
E essa minha constatação banal
Que muitos ja fizeram antes
Essa constatação banal
Presente em qualquer musica simples
Eu precisei esscrever
Eu precisei falar sobre
Pra constar
Pra dizer que um dia eu também já senti
Porque sou humano
E como humano sou mais um
Um ser banal que se apaixona
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Foi assim
Falo o que eu quero
Nasci com pé fora de casa
Meu medo é não temer nada
E você
Não da pra entender
Suas consultas e os seus medos
Seus desejos e o seu apego
Aflições e segredos
Aprendi a correr sozinho
Meti a cara
Só pra ver como era
Fiz tudo rápido
Do jeito que quis
E você
Com cuidado em tudo
Longe do escuro
Alergia, injeções
Educação é tudo
Eu com meu escudo de mundo
Protegendo-me de tudo
Minhas roupas ganhadas
Meias rasgadas
Amigos diferentes
Super comuns
Fora dos padrões legais
Tentamos ser normais
Mais não conseguimos seguir os comerciais
Gosto da luz do dia
Acordei pra ver o sol nascer
Suas janelas estavam fechadas
Estava gripada
Respirei fundo
Mastiguei alguma coisa
Você tomou remédios
Ligou a televisão no seu programa
Com seu pijama
Aqui o canal é aberto
A programação é fechada
Você me conta do seriado
Parece que não temos a mesma tv
Saio pra ver
Minha rua
O que tão fazendo
O que ta acontecendo
Você não conhece seus vizinhos
Sua alergia empola tudo
Repele o mundo
Seu refluxo alguém inventou
Da onde venho refluxo não existe
Ninguém nunca criou
Me visto a caráter
Short e chinela
Vou ao barbeiro
Peço o de sempre
Tem festa de noite
Todo mundo vai
O pai de alguém leva
Pra voltar
Voltamos a pé
Do jeito que der
Minha calça jeans nova
Uma camisa massa
O perfume de um tio
O tênis de sempre
só que lavado
Nós somos os melhores
E essa noite o bicho vai pegar
Com a gente ninguém pode
Te observo de longe
Seu cabelo de salão
Suas roupas de marca
Sua marra
Chega depois
Poe inveja nas outras
Pouco me importa
Você quer que eu seja igual
Não sou
Meu sobrenome é desconhecido
Como qualquer outro
Mas meus olhos brilham
É eu sei
Brilham como você nunca viu
Eu to aqui
Só esperando algo acontecer
Se você vem e se aproxima
Espero que saiba
Não quero te ver sofrer
Não venha chorar
A gente dança hoje
Vai pro canto
É uma noite só
Amanha meu mundo nasce de novo
Sua rinite ataca
E eu saio pra quebrar alguma vidraça
sexta-feira, 1 de maio de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Um pouco de tudo
domingo, 26 de abril de 2009
Agora
qualquer lugar
Pra sair daqui
Não tenho idéia
Nem sei se a estrada é grande
Só queria sair
Ir agora
Antes que percebam
Que notem qualquer coisa
Bem longe
Onde não tivesse explicações
Ninguém me conhecesse
Tudo fosse absolutamente novo
só mais um
desconhecido pelas ruas
se eu morresse ali
Só um indigente
Nunca iriam saber
A história passada
toda suposição
ia ser tudo assim
Uma lenda
Não tenho nem idéia
Só quero que seja
Bem longe daqui
A Kms que não me façam lembrar
Quem mesmo eu sou
tudo novo
Talvez até um nome
Talvez uma profissão
Passado apagado
eu vou agora
antes que possam notar
antes das explicações
da rotina
eu caminho
pra todos os universos
que estão me esperando
quem mais eu poderia ser ?
onde mais eu poderia estar ?
eu vou agora
eu vou saber
domingo, 19 de abril de 2009
Sujeira
sábado, 18 de abril de 2009
Do mesmo lugar
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Alguém se escondeu
como foi ficar assim
como virou isso
Imensa capacidade
Mente cansada
Pouca dopamina
Sem estar entorpecido
Não há nada
O dia inteiro sorrindo
É a máscara
É todo o torpor
Que cai em um minuto
Basta estar sozinho
Todos os fantasmas
Começam a questionar
O que será?
e o que se tornou?
Quando vejo
O quanto me roubaram
Quanto custa a calmaria
Alguém grita aqui
Alguém afobado
Alguém que se escondeu
Que não conseguiria
Não agüentaria
Toda a porcaria
Toda essa droga do dia a dia
O que ele faria?
Será que ainda vive?
Sua face era corada
Não pedia desculpas
Dizia o que queria
Lutava pelo que acreditava
Mas agora se escondeu
Será que ainda vive?
Podia voltar..
Pra sepultar de vez
Esse ser anêmico
Que tomou seu lugar
Esse ser anêmico
Que abaixou a cabeça
Esse ser anêmico
Que se sentou no canto
Ele volta
Quando voltar o fogo
Tudo que é caloroso
Para incendiar os lugares
Queimando os cantos
Transferindo vida
A quem apenas existe
sexta-feira, 10 de abril de 2009
No name
é só um estranho na multidão
não tem ninguém pra ligar
sem lugar pra voltar
Ninguém sabe quem é
Ele não sabe
É só um cara
Passou pediu um café
Pagou e foi embora
Ele não existe
Não é bonito e nem é feio
Não repararam
Levava algo precioso
Valor duvidoso
Andou tranqüilo
Atravessou a rua
Não tropeçou
Uma roupa discreta
Entrou no ônibus
Apertou um botão
Mandou pelos ares
Explodiu muita gente
Talvez eles tivessem alguém pra ligar
Talvez eles voltassem pra algum lugar
sábado, 4 de abril de 2009
Sou o ilusionista
aguento a dor
sou o ilusionista
abro um sorriso
chamo pra sair
e de um outro lado
e lá dentro
está outra pessoa
que não chamei pra sair
que se contorce para ser um ator
pra fazer da própria vida
um grande teatro!
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Mas e aii..
mas e aii
o que somos então ?
sera que dá
sera que não tava mesmo na hora de parar
eu também sinto
fala das conversas
falta do seu jeito
de seu sorriso
mas e aii
a gente faz só o que quer ?
falta quer dizer amor ?
talvez estar longe
possa deixar sentimentos amenos
enxergar com mais clareza
sofrer de longe
talvez seja só isso
estar longe
e cada um seguir
da forma que lhê convem
talvez não esteja tão afim
de viver essa carga explosiva
fingindo por fora
enganando por dentro
mas e aii
queremos outras pessoas
correr a vida
não acabar assim tao cedo
eu quero o inconstante
diferente
fogo mexicano
sinto sua falta sim
mas a o grão precisa morrer
pra planta crescer
deixa morrer então
e vamos crescer
Se vale mesmo a pena
Nem sei se ruim
Sei que hoje não durmo
Vou deitar e não pregar os olhos
Beber água
Voltar pra cama
Ficar revirando
Hoje não durmo
Já sei de ante mão
O que você me disse
Eu finjo que não importo
Que tudo já passou
Mas a verdade
É ficar acordado
Uma noite inteira
Pensando sem chegar á lugar algum
No máximo um sonho
Que me fará acordar
Pensar mais ainda
Vou acreditar no seu caráter
No seu tom profético
E vou ficar
Sem saber mais de nada
Depois de uma noite toda
Depois de um dia tão bom
Espero ser só hoje
Espero acordar
E saber muito bem
Bem ao certo
O que devo fazer
Embora eu já saiba
E sinta
Cabe decidir
Se vale mesmo a pena
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Grande dia
tudo vai pelos ares
eu sabia desde cedo
eu nao queria atrapalhar o meu dia
nao ia ser comum
ia ser um grande dia
ja tinha nascido pra ser grande
começou depois do meio dia
começou já tarde
porque ia ser longo
ia ser bom
não ia dormir
pra não querer acordar diferente
foi tudo de uma vez
a cada segundo melhor
foi o grande dia
a musica não parou
eu escutava alto ate tarde
era quase meia noite
e eu aproveitando os últimos minutos
porque nao podia
nao podia deixar acabar
o grande dia
quarta-feira, 1 de abril de 2009
domingo, 22 de março de 2009
As Horas
Quando o sol não brilha tanto
Quando ninguém sai de casa
Alguma coisa está estranha
Não se sabe o que é
As nuvens escondem o céu
E é pouco ou é muito
Todo o tempo
São as horas
É muito, é quase nada
Quando cai no fim da tarde
É a chuva nas escadas
Escorrendo como lagrimas
Descendo até o chão
Deixando baro nas estradas
Quando o rio se eleva
Quando ela está sozinha
Quando a cena se faz
As horas não passam mais
Suicida em desilusão
Imersa nas águas
Todos estão em casa
O rio corre sozinho
Não é um azul claro
São águas turvas
De um marrom profundo
sexta-feira, 20 de março de 2009
Layla
você acordou
depois de mil anos
se sente tão pequena
tudo é tão diferente
fica alucinada com o som
dança como se nunca tivesse dançado
acredita em tudo
Eii Layla
o que você poderia dizer
tudo é tão diferente
você se sente tão pequena
há um céu e um inferno la fora
e aqui nada acaba
o que você diria
talvez no seu mundo pequeno
talvez soubesse
aqui ninguém sabe nada
tudo reluz
nada é prata
tudo é lindo
toda mentira
nada tem valor
não vale ouro
mas vale muito
e você dança como ninguém
aqui nada acaba
depois de mil anos
Eii Layla
tão pequena
diferente e alucinada
toda a ilusão
nada depois do portão
o brilho da luz
que pisca no teto
ofusca seus olhos
o que te deram pra beber
toda verdade
ninguém sabe nada
você acordou
e dança
é só música
a mesma de antes
as luzes mudam
os rítimos mudam
mas o dia ainda termina
e talvez seja melhor
depois de alucinar
como a mil anos
voltar então a dormir
quarta-feira, 18 de março de 2009
casa
a resposta é sempre igual
eu vejo tudo passar
tudo acontecer
e continuo do meu jeito
pode tudo acabar
do meu jeito
é o que quero
e continuo
e não importa o que aconteça
não sei quem esta nos cantos
não sei o que dizem
sobre o que estão falando
faço minhas brincadeiras
tenho minhas conversas
volto pra casa
minha realidade
só minha
meus planos milimétricos
no final é só isso
planos organizados
mesmo que na confusão
nas conversas
mesmo que pareça
toda convergência
tudo sempre volta
do jeito que quero
que preciso
e nada fora dos limites
de volta sempre
a segurança da minha casa
eu moro dentro de mim mesmo
eu sou meus planos e nada mais
eu sou meu caminho
e nenhum desvio de rota